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Contagem de votos a conta-gotas na Zâmbia

Chrispin Mwakideu / NN15 de agosto de 2016

Os votos das eleições presidenciais e legislativas de quinta-feira (11.08) continuam a ser contados. Observadores internacionais que fiscalizam o processo criticam cobertura feita pelos órgãos de comunicação zambianos.

Zambia Wahlen junge Frau
Foto: picture-alliance/dpa/X.Penglijun

Até ao momento, foram apuradas 69 das 154 assembleias de voto do país. O atual Presidente zambiano, Edgar Lungu, da Frente Patriótica, segue na frente com quase 670 mil votos, contra 644 mil de Hakainde Hichilema, do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (UPND), o seu principal opositor. Hichilema acusa Lungu de estar a manipular os votos e de protelar a divulgação dos resultados finais do sufrágio.

No dia da votação e nos dias que se seguiram não houve registo de confrontos, apesar de vários episódios de violência durante a campanha eleitoral.

No entanto, no fim de semana, os observadores internacionais que têm estado a fiscalizar o processo eleitoral na Zâmbia criticaram duramente os órgãos de comunicação locais por tomarem partido na cobertura das eleições.

Cobertura pouco objetiva

Em conferência de imprensa, a partir de Lusaka, Michael Gahler, eurodeputado alemão e membro da missão de observação da União Europeia (UE), lamentou, sobretudo, a cobertura mediática pouco objetiva das eleições.

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"Lamentavelmente, notámos falta de imparcialidade dos meios de comunicação social estatais, sobretudo com os partidos que não fazem parte do Governo. Não houve qualquer menção a estes partidos nos meios de comunicação estatais", disse.

O deputado do Parlamento Europeu critica também problemas pontuais, embora de menor amplitude, que atrasaram o processo de votação. ''Notámos também alguns procedimentos mais complicados que atrasaram, por exemplo, o processo de voto de um eleitor. Isso fez com quem as pessoas estivessem mais horas nas filas para votar", explicou.

Referendo

No dia em que perto de 6,6 milhões de zambianos foram chamados às urnas, decorria também um referendo constitucional com vista à ampliação da declaração dos direitos humanos do país.

Goodluck Jonathan, ex-Presidente da Nigéria, chefia a missão de observação da UAFoto: DW/C. Mwakideu

O chefe da missão de observação da União Africana (UA), o antigo Presidente da Nigéria Goodluck Jonathan considera que fazer um referendo no dia das eleições gerais não foi uma boa ideia. "Parece que houve uma compreensão limitada entre os cidadãos da importância, conteúdo e implicações do referendo", afirmou.

Em relação aos média locais, Goodluck Jonathan também não poupou críticas. "Os meios de comunicação sociais públicos fizeram uma cobertura enviesada a favor do partido no poder, a Frente Patriótica, enquanto a imprensa privada favoreceu outros partidos e candidatos".

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