Continente africano regista 8,5 mil casos da Covid-19
Lusa | AFP | EFE | kg
5 de abril de 2020
O novo coronavírus já causou a morte de 360 pessoas em 50 países de África, segundo a União Africana. Apenas cinco nações do continente ainda não têm contaminados. Os países dos PALOP registaram 45 infeções.
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O número de mortes provocadas pela Covid-19 em África subiu para 360 este domingo (05.04), anunciou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África). Cinquenta países registam juntos 8.500 casos da doença. O CDC África registou também 710 doentes recuperados após a infeção.
O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença com 3.837 contaminações e 255 mortes. Argélia e Egito têm praticamente a mesma quantidade de casos, com mais de 1.100 infetados. A África do Sul ainda é o país com mais casos confirmados da doença (1.585), registando nove mortes e 45 doentes recuperados.
Depois de registar os primeiros casos da Covid-19 na quinta-feira passada (02.04), o presidente do Malauí e todos os ministros do governo decidiram cortar 10% dos seus salários por três meses para arrecadar dinheiro para combater o surto de coronavírus.
O Presidente do Malauí, Peter Mutharika, declarou estado de emergência. As escolas estão fechadas e o Governo pediu às pessoas que trabalhem em casa e sigam as diretrizes de lavagem das mãos e de distanciamento social. Todas as reuniões sociais de mais de 100 pessoas, como funerais, cultos religiosos e comícios políticos, foram proibidas.
PALOP têm 45 casos
Coronavírus muda rotina dos moçambicanos
03:52
São Tomé e Príncipe, Sudão do Sul, Comores, República Sarauí e Lesoto são os únicos países de África que não registam infeções pelo novo coronavírus.
O número de contaminados em Angola subiu de oito para dez e o número de mortos se mantém em dois. Moçambique também regista dez casos da doença. Cabo Verde totaliza sete casos de infeção desde o início da pandemia, entre os quais um morto.
Números mundiais
Em todo o mundo, o novo coronavírus já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas ecausou a morte de quase 65 mil. Dos casos de infeção, cerca de 250 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Os Estados Unidos é o país do mundo com o maior número de casos da doença. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, que compila dados sobre a pandemia em todo o mundo, já são mais de 310 mil casos e mais de 8 mil mortes por Covid-19. O estado americano com mais mortes é o de Nova York, com 3.107.
O que mudou em Cabo Verde com a Covid-19
Cabo Verde registou quatro casos de infeção por Covid-19 e uma morte. Todos os casos são importados. Centenas de pessoas estão em isolamento e os voos foram condicionados. O dia a dia também está a ser afetado.
Foto: DW/A. Semedo
Movimentação reduzida nas ruas
A chegada do novo coronavírus a Cabo Verde mudou a rotina dos cabo-verdianos, sobretudo nos centros urbanos, onde se tem notado a diminuição de movimentação e aglomeração de pessoas. Muitos preferem ficar em casa para diminuir o contacto social. Eventos com muitas pessoas foram suspensos em todo o país. Discotecas foram encerradas, bares e restaurantes passaram a fechar mais cedo.
Foto: DW/A. Semedo
Férias escolares antecipadas
Cabo Verde antecipou as férias escolares do ensino pré-escolar, básico e secundário para o dia 23 de março, como medida de contenção à Covid-19. As universidades também suspenderam todas as aulas e outras atividades formativas. Foram ainda estabelecidas medidas "excecionais e temporárias" para o funcionamento de creches, com a possibilidade do teletrabalho para os pais.
Foto: DW/A. Semedo
Informar com urgência a população
Campanhas de sensibilização e de esclarecimento à população sobre a Covid-19 estão a ser realizadas pelas autoridades em Cabo Verde. Carros passam informações à população sobre o que é a Covid-19, as formas de transmissão e como prevenir a doença. Estas viaturas circulam nos centros das cidades e bairros para reforçar a comunicação.
Foto: DW/A. Semedo
Transportes urbanos com lotação a 50%
Os transportes urbanos e interurbanos, como taxis e "hiaces", já estão a sentir os efeitos da Covid-19. A lotação passou para metade, com impacto direto no rendimento dos condutores. A medida visa aumentar o distanciamento entre os passageiros e evitar o contágio. "Hiacistas" e taxistas pedem apoio ao Governo para colmatarem as perdas, como a suspensão de impostos ou a facilitação de créditos.
Foto: DW/A. Semedo
Praias interditadas em todo país
As autoridades interditaram o acesso às praias do país para evitar a aglomeração de pessoas e, consequentemente, prevenir o contágio e a disseminação da Covid-19. A proibição durará enquanto se mantiver o plano de contingência a nível nacional decretado pelo Governo. A polícia está a patrulhar as zonas balneares para garantir o cumprimento da interdição.
Foto: DW/A. Semedo
Acesso limitado aos locais públicos
Mercados, bancos, farmácias, lojas e outras instituições estão a limitar a entrada de pessoas para prevenir a Covid-19, o que tem levado à criação de filas à porta destes espaços. Nos mercados da Praia, por exemplo, foi proibida a entrada de crianças e as vendedeiras com mais de 65 anos devem ficar em casa. Feiras e vendas de animais vivos são agora proibidas. Algumas lojas chinesas já fecharam.
Foto: DW/A. Semedo
Corrida aos supermercados
O anúncio do plano de contingência para a prevenção e controlo da Covid-19 e do primeiro caso da doença no país, disparou as compras em Cabo Verde. O medo de ficar sem alimentos levou as pessoas a comprarem grandes quantidades de comida e produtos de higiene. O Governo alertou a população para não açambarcarem os produtos e reforçou a fiscalização contra a especulação de preços.
Foto: DW/A. Semedo
O medo de ficar sem gás butano
O anúncio do primeiro caso de Covid-19 no país levou os cidadãos à compra desenfreada de gás butano para armazenamento, temendo a sua falta no mercado. Vários postos de venda ficaram sem este combustível para atender à elevada procura. Entretanto, as empresas de combustíveis garantem à população que têm stocks de gás suficiente para abastecer o mercado, afastando um cenário de escassez.
Foto: DW/A. Semedo
Faltam materiais de proteção individual
A falta de máscaras e álcool em gel no mercado tem deixado os cidadãos muito preocupados. A procura por estes produtos aumentou drasticamente com o registo do primeiro caso de Covid-19 no país. A empresa de medicamentos Inpharma passou a produzir álcool em gel para abastecer o país e já garantiu o fornecimento de máscaras às farmácias. Porém, a venda destes produtos está a ser racionada.