"Contos ambientais" educam crianças em Moçambique
6 de setembro de 2013 Costuma-se dizer que de pequenino se torce o pepino e o ditado popular também se aplica à proteção do ambiente.
Segundo especialistas, quanto mais cedo o tema for abordado com os petizes, maiores são as chances de despertar a consciência pela preservação da natureza. Quem aprende a proteger o meio ambiente desde pequeno, tem mais probabilidade de se tornar num adulto atento e respeitador dos recursos naturais.
Pelo que, a educação para uma vida sustentável deve começar já na pré-escola, de acordo com o Centro Terra Viva (CTV), organização não-governamental moçambicana de defesa do meio ambiente.
“Há ainda um grande défice de conhecimento [sobre questões ambientais], no público em geral, é por isso que estamos a fazer este esforço para, junto das escolas e das crianças, passarmos material e informação sobre boas práticas de uso e gestão de recursos do ambiente, para alargarmos o leque de pessoas, no país, que tem conhecimento sobre como agir corretamente para a proteção do ambiente”, explica Alda Salomão, diretora-geral do CTV.
A proteção do ambiente urge, pois a natureza está em processo acelerado de degradação devido à ação humana, alertam ambientalistas moçambicanos.
Ecologia em banda desenhada e teatro
A pensar no despertar das crianças para a necessidade de proteger o ambiente, o CTV lançou, recentemente, a obra "Contos ambientais", de Emília Salomão.
Em forma de banda desenhada, o livro que compila 20 histórias foi publicado a título póstumo, após o falecimento da antiga colaboradora do CTV.
Os "Contos ambientais" foram apresentados, recentemente, em peça de teatro infantil, uma forma criativa e interativa de transmitir uma mensagem amiga da natureza tanto a miúdos como a graúdos.
O livro “fala sobre o quanto é importante cuidarmos das florestas, fala das tartarugas que viajam e não param de viajar pelo mar fora”, descreve com entusiasmo a professora Cristina Louro, que não se cansa de apresentar o livro à pequenada.
Mais ambiente nas escolas
Nas escolas públicas moçambicanas, onde estuda a maioria das crianças, muito pouco se fala ainda sobre a preservação do meio ambeinte, situação que Alda Salomão, da organização CTV, quer ver alterada.
Para a ambientalista, é urgente que se aborde mais o tema com crianças. Na opinião dos entendidos, além das escolas, também cabe aos pais e familiares a responsabilidade de despertar o interesse dos mais jovens pelas questões ambientais.
“Nós, em muitos casos por desconhecimento da interação, interligação que existe entre as várias componentes do ambiente, não nos apercebemos que, por exemplo, se eu deito lixo num curso de água, estou a poluir um recurso que é fundamental para a minha saúde”, exemplifica Alda Salomão do CTV.
Recorrendo a imagens semelhantes, o livro "Contos Ambientais" pretende contribuir para a formação de uma consciência ecológica desde a infância.
O futuro pertence às crianças mas, no ambiente tal como noutras áreas, precisam do acompanhamento dos mais velhos, sublinham os ambientalistas em Moçambique.