Contra o desaparecimento da dança tradicional N'sope
Sitoi Lutxeque (Nampula)
10 de julho de 2017
O maior festival de N'sope não é realizado há dois anos na província moçambicana de Nampula por causa da crise económica. Praticantes estão preocupados, mas autoridades prometem manter a tradição.
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O N'sope é uma dança tradicional de salto à corda originária da região norte de Moçambique e executada maioritariamente por mulheres.
Ao longo de cinco edições, o Festival Tradicional de N'sope promoveu esta dança, praticada desde muito antes da independência do país, em 1975, mas o evento deixou de ter lugar há dois anos, devido à crise económica e financeira que Moçambique atravessa.
"Com este problema da crise, os organizadores [Universidade Lúrio e a direção Provincial da Cultura e Turismo] não se pronunciaram", afirma Ângelo Malachi, presidente da Associação Provincial dos Grupos Culturais de Nampula.
A falta deste que é o maior e o mais importante evento em torno do N'sope desanimou os poucos praticantes da modalidade.
Contra o desaparecimento da dança tradicional N'sope
Continuar a dançar
Nos últimos anos, a dança tradicional tem vindo a perder força. Na cidade de Nampula, segundo o presidente da Associação dos Grupos Culturais, existem apenas sete grupos de N'sope; noutros pontos da província existirão apenas dois.
"Não sei porquê, se calhar pelas condições [materiais e financeiras]", comenta Malachi.
Ainda assim, os grupos continuam a dançar. "Nós, como grupos culturais, não deixamos de nos organizar internamente. Os grupos continuam a fazer o seu trabalho diário e vamos ouvir os organizadores [do festival] no próximo ano", afirma o responsável.
Omar Aquiamungo, diretor provincial adjunto da Cultura e Turismo, reconhece que tem faltado dinheiro para a promoção cultural. Promete, no entanto, lutar para manter a tradição: "Pensamos que é pertinente resgatar essa dança porque, na verdade, na costa de Moçambique, ela era muito praticada, mas hoje a sua prática reduziu."
Nampula é uma das províncias moçambicanas com mais danças culturais tradicionais. Atualmente, estão inscritas na Associação Provincial dos Grupos Culturais mais de 1.600 grupos de diversas demonstrações.
Arte a partir do lixo
São peças únicas, amigas do meio ambiente. Designers do Quénia apostam no "upcycling" e reutilizam ou reciclam lixo para criar roupa, esculturas e jóias.
Foto: Isabella Bauer
Moda amiga do ambiente
Londres - Paris - Nairobi. A capital do Quénia ganha fama entre as métropoles da moda e design. Além de originais, muitas criações também são amigas do ambiente. É a nova moda do "upcycling" - lixo e produtos inutilizados ganham novas formas. Na Europa dos produtos descartáveis, o "upcycling" não tem tido muito sucesso. Mas, em África, faz parte do quotidiano.
Foto: Mia Collis
Reciclar para a passarela
"Second Life" é uma coleção de Nike Gilager Kondakis feita a partir de roupa usada. A roupa é importada às toneladas da Europa - por isso se produz cada vez menos tecidos e coros no leste de África. Kondakis manda coser as roupas doadas, cortadas em tiras, para fazer novas peças - boleros ou camisas, por exemplo.
Foto: Mia Collis
Cacos reaproveitados
Na era do plástico, há cacos com fartura no Quénia. Kitengela, uma aldeia de artistas a sul de Nairobi, recebe toneladas de cacos, que são partidos e fundidos em fornos. A artista alemã Nani Crozi e outras 40 pessoas produzem aqui vidros artesanais.
Foto: Isabella Bauer
Bijutaria colorida
Os artistas de Kitengela são conhecidos pela sua bijutaria de vidro - estas pérolas são peças únicas feitas à mão, muito procuradas por designers de moda na região. Os artistas também aceitam pedidos exclusivos. As pérolas são vendidas assim ou são aproveitadas para outras obras.
Foto: Isabella Bauer
Reciclar em vez de deitar fora
Kibe Patrick vive e trabalha há quatro anos na comunidade de artistas de Kitengela. "Sempre reciclei objetos de forma artística", diz. Agora, além de reciclar latas, Kibe Patrick ajuda também a fazer as pérolas de vidro.
Foto: Isabella Bauer
Arte sustentável
Kibe Patrick ganha dinheiro com estas obras, amigas do ambiente. No continente, não costuma haver reciclagem de plástico, vidro e metal a nível industrial. Mas a verdade é que, quando se trabalha com materiais que já existem, gasta-se menos energia e emitem-se menos gases nocivos ao meio ambiente.
Foto: Isabella Bauer
Jóias feito de lixo
A designer de jóias Marie Rose Iberli também usa pérolas de vidro de Kitengela nas suas coleções. Além disso, produz bijutaria a partir de papel, ossos, cornos e alumínio. "Como designer, fascinam-me os limites naturais dos materiais", diz. Para Iberli, são materiais mais interessantes do que, por exemplo, o plástico - que permite fazer quase tudo.
Foto: Isabella Bauer
Dos materiais à ideia
Reciclar ou reutilizar os materiais? Iberli diz que não tem preferências. A exceção é, talvez, o alumínio: A designer faz bijutaria de alta qualidade a partir de peças de motores velhos. Muitas vezes, inspira-se nos próprios materiais para fazer as jóias.
Foto: Isabella Bauer
Tradição e moda
Iberli gosta da ideia de poder apanhar coisas do chão e dar-lhes um outro uso. A arte de Kitengela une a tradição e a moda e desperta o interesse de muitos clientes - incluindo na Europa.