COP26: Arranca em Glasgow a maior Cimeira do Clima do mundo
31 de outubro de 2021![Symbolbild Klima 2019](https://static.dw.com/image/51722501_800.webp)
Conhecidas como cúpulas do clima, as COPs, ou Conferências das Partes, cuja 26ª edição será realizada em Glasgow de 31 de outubro a 12 de novembro, constituem o fórum político de mais alto nível para enfrentar a crise climática.
Este ano, os cerca de 200 países estão a negociar, entre outros aspetos, a continuação da implementação do Acordo Climático de Paris, de 2015.
O presidente nomeado para a COP26, Alok Sharma, explicou que "o principal objetivo do evento é "limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius".
De acordo com a ONU, a terra está actualmente a caminhar para um aquecimento perigoso de 2,7 graus.
Os grandes blocos do planeta
Entre os grandes blocos presentes na cimeira, a União Europeia (UE) chega à COP26 com o papel de líder mundial na luta contra as mudanças climáticas, tendo em vista uma corrida energética pela sustentabilidade e por energias renováveis.
O bloco pretende reduzir as emissões em 55% até 2030 em relação a 1990 e alcançar a neutralidade climática até 2050.
Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, levou os EUA de volta ao Acordo de Paris após a saída de Donald Trump da Casa Branca, e retomou a luta contra as mudanças climáticas.
Agora, Biden quer reduzir as emissões poluentes no país em até 53% até 2030.
Mas grande parte da atenção na cúpula estará mesmo voltada à China - o principal emissor mundial de CO2 desde 2006 - e cujo Presidente, Xi Jinping, não viajará a Glasgow.
Embora Pequim tenha aumentado as suas metas desde o Acordo de Paris, e espere alcançar a neutralidade climática até 2060, este prazo tem sido muito criticado por ambientalistas.
Países africanos na COP6
Por sua vez, um grupo de 46 países subdesenvolvidos de África, Ásia-Pacífico e Caribe, com mais de 1 bilhão de pessoas, quer que a COP26 dê uma resposta "justa e ambiciosa" às mudanças climáticas.
Para isso, pedem um aumento na transferência de recursos das economias ricas para as pobres.
"Os países desenvolvidos não estão cumprindo o seu atual compromisso de entregar US$ 100 mil milhões por ano até 2020", disse o grupo, que ressaltou que é a sua população que "sofre desproporcionalmente os impactos crescentes das mudanças climáticas, apesar de ser a que menos contribui para o aquecimento global".
Esses países pedem que os membros do G20 melhorem seus planos de redução de emissões "de acordo com as suas responsabilidades e capacidades" para descarbonizar a economia até 2050, racionalizar e simplificar os procedimentos de acesso a recursos e fornecer assistência técnica aos países em desenvolvimento.
Além disso, solicitam "uma nova e ambiciosa meta financeira quantificada para entrar em vigor até 2025, baseada na ciência e impulsionada pelas necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento".