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PolíticaGlobal

COP27: "Planeta está a enviar um sinal de sofrimento"

Lusa
6 de novembro de 2022

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avisou que o "planeta está a enviar um sinal de sofrimento", numa mensagem vídeo enviada aos participantes na Cimeira do Clima COP27, no Egito.

 UN Secretary-General Antonio Guterres
Foto: Mark J. Sullivan/ZUMA/IMAGO

"No momento em que arranca a COP27, o nosso planeta está a enviar um sinal de sofrimento", afirmou Guterres, citado pela agência de notícias AFP, referindo-se a uma situação "crónica do caos climático". 

Calor histórico

A conferência climática da ONU arrancou este domingo (6.11), em Sharm el-Sheikh, no Egito, com um novo alerta sobre a aceleração do aquecimento global, cujo financiamento dos danos a países pobres está pela primeira vez, oficialmente, na lista dos debates. 

António Guterres, Secretário-geral das Nações UnidasFoto: Brendan McDermid/REUTERS

Segundo dados divulgados hoje pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), os oito anos entre 2015 e 2022 serão os mais quentes já registados. 

Até 18 de novembro, delegados de quase 200 países tentarão dar um novo fôlego à luta contra o aquecimento global, enquanto as múltiplas e inter-relacionadas crises que abalam o mundo - guerra na Ucrânia, inflação e ameaça de recessão, crise alimentar - levantam receios de que o tema vai ficar em segundo plano. 

"Vamos implementar juntos [os nossos compromissos] para a humanidade e para o nosso planeta", apontou o ministro egípcio Sameh Choukri, que preside à cimeira.

A seca mata milhões de animais e pessoasFoto: Andrew Wasike/AA/picture alliance

"Cocktail" de desastres naturais

Os impactos das alterações climáticas têm-se multiplicado, como mostram os diversos desastres que atingiram o planeta em 2022, desde as inundações históricas no Paquistão, às repetidas ondas de calor na Europa, além de furacões, incêndios, ou secas. 

Os custos daqueles desastres já rondam as dezenas de milhares de milhões de euros, pelos quais os países do sul do globo, mais afetados, reivindicam uma compensação financeira. 

Cheias na NigériaFoto: Fatai Campbell/AP Photo/picture alliance

O tema delicado das "perdas e danos" foi oficialmente adicionado à agenda das discussões, durante a cerimónia de abertura, enquanto até então era apenas objeto de diálogo previsto até 2024. 

"O sucesso ou fracasso da COP27 será julgado [conforme se alcance ou não] um acordo sobre este mecanismo de financiamento de perdas e danos", alertou Munir Akram, embaixador do Paquistão na ONU e presidente do G77 + China, que representa mais de 130 países emergentes e pobres. 

Decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se entre este domingo (6.11) e 18 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito, na 27.ª cimeira da ONU sobre alterações climáticas (COP27), para tentar travar o aquecimento do planeta, limitando o aquecimento global a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial. 

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