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Países menos desenvolvidos abandonam reunião da COP29

Lusa | DW (Deutsche Welle)
23 de novembro de 2024

Pequenos Estados insulares e países menos desenvolvidos dizem "não estar a ser ouvidos" nas negociações em curso. EUA, Austrália e bloco europeu aceitaram aumentar financiamento, mas há países ricos que não.

COP 29, em Baku, Azerbeijão
COP 29 teve de ser prolongada por falta de acordo financeiro para ajudar as nações mais ameaçadas pelas alterações climáticasFoto: Murad Sezer/REUTERS

Representantes dos pequenos Estados insulares e dos países menos desenvolvidos abandonaram, este sábado (23.11), uma reunião de consulta com a presidência azeri da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em Baku.

A iniciativa visa protestar contra o projeto de acordo financeiro em preparação.

"Abandonámos a reunião (...). Sentimos que não fomos ouvidos", declarou o representante de Samoa, Cedric Schuster, em nome do grupo de Estados insulares (Aosis), citado pela agência francesa AFP.

Cimeira prolongada

O protesto ocorre numa altura em que a COP29, que deveria ter terminado na sexta-feira, está a ser prolongada sem que se vislumbre qualquer compromisso.

Giulia Saudelli, da DW, que está em Baku, refere que "há um sentimento de que o tempo está a começar a esgotar-se, o que pode jogar contra os países mais vulneráveis”.

"Alguns países em desenvolvimento sentem que não estão a ser ouvidos e que, até agora, não foram suficientemente incluídos nas negociações, uma vez que os países mais ricos falam sobretudo entre si”, afirma Saudelli.

Acordo de Paris, assinado em 2015, dita que nações ricas são obrigadas a ajudar os países vulneráveis Foto: Sergei Grits/AP Photo/picture alliance

O texto divulgado pela presidência azeri da COP29, na sexta-feira, propunha que o montante a mobilizar do Norte para o Sul Global fosse de 250 mil milhões de dólares (238 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

Este valor foi saudado pelos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a Austrália e o bloco europeu, mas rejeitado por muitos estados em desenvolvimento, que o consideraram inaceitável.

Os países em vias de desenvolvimento pedem entre 500 mil milhões de dólares (479 mil milhões de euros) e 1,3 biliões de dólares (1,2 biliões de euros) por ano até 2035.

A verba destina-se a ajudar os países em desenvolvimento a abandonarem os combustíveis fósseis e a adaptarem-se às alterações climáticas associadas ao aquecimento global.

Acordo de Paris "em risco"

Organizações ambientais e sociais presentes na cimeira na capital do Azerbaijão alertaram que a COP29 terminará com um "resultado negativo" se o acordo final não previr um financiamento "público, suficiente e previsível" para os países do Sul Global.

O atual projeto "põe em risco" o Acordo de Paris, pelo que a União Europeia (UE) "tem de agir imediata e eficazmente se o quiser salvar", afirmaram numa declaração conjunta citada pela agência espanhola EFE.

Segundo as organizações, o resultado será "inamovível nos próximos 10 anos", ou seja, até 2035, altura em que os compromissos serão revistos.

Assinam a declaração organizações como Ecodes, Ecologistas em Ação, Greenpeace, Youth for Climate ou Oxfam.

À lupa: O que atrai África à COP29?

02:14

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