Não durou 24 horas a Lei Marcial anunciada pelo Presidente da Coreia do Sul. A medida visava proteger a "ordem democrática constitucional", o PR acusa oposição de controlar Parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte.
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O Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou na noite de terça-feira (03.12) a decisão: "A partir das 11 horas da noite de ontem, declarei a Lei Marcial de emergência com o objetivo de salvar o país contra as forças anti-estatais que querem paralisar as funções essenciais do Estado e colapsar a democracia liberal e a ordem constitucional”.
Passadas umas horas, o Presidente sul-coreano decidiu levantar a medida, após a Assembleia Nacional se reunir de emergência e votar na maioria contra a declaração da Lei Marcial no país.
"Retirámos as forças armadas que tinham sido postas em ação pela Lei Marcial há pouco tempo, porque a Assembleia Nacional exigiu que a Lei Marcial fosse levantada", justificou Yoon Suk Yeol.
O estadista garantiu ainda que o " Conselho de Ministros aceitará imediatamente as exigências da Assembleia Nacional e levantará a Lei Marcial”.
Há 45 anos que não se via este cenário político. A última vez que a Lei Marcial havia sido decretada na Coreia do Sul remonta a 1979, após o assassinato do Presidente Park Chung-hee.
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População assustada
Após o anúncio que chocou o país, inúmeras pessoas cercaram a Assembleia Nacional, na capital Seul, suportando temperaturas negativas para protestar contra a decisão do Presidente sul-coreano.
Em declarações à agência AFP, jovens lamentam ter vivido, até por breves momentos, um cenário que só conheciam pelos livros de história.
"Quando cheguei aqui e me dirigi ao portão das traseiras da Assembleia Nacional, vi soldados reunidos. Vi soldados reunidos e helicópteros a aparecer, e tenho muita pena que as situações que só vi nos manuais escolares tenham acontecido assim em 2024, e tenho a sensação de que não quero sentir o medo que senti [quando li nos manuais escolares] na minha vida quotidiana”, conta um jovem.
"Penso que devo dar um passo em frente e agir como cidadão do país. Coisas como esta nunca deveriam acontecer. Parece que estamos a regressar à era da ditadura. Penso que não é correto o Presidente Yoon agir unilateralmente”, opina outro jovem.
Dedo acusador contra o Presidente
Apesar de não tardar a revogar a sua decisão, o Presidente Yoon Suk Yeol não poderá apagar os efeitos imediatos que se fazem sentir na vida política do país. A oposição, em maioria na Assembleia Nacional, pede a demissão do Presidente.
Jo Seung-lae, deputado do Partido Democrático, principal partido da oposição diz que "é uma situação em que a violação da Constituição e da lei por parte do Presidente está a tornar-se clara. E o Presidente está a cometer um crime grave que constitui uma rebelião”, acusa.
Já a professora e analista política, Celeste Arrington, da Korea Foundation Associate Professor of Political Science and International Affairs at the George Washington University, afirma que esta decisão retrata um político inexperiente.
"Trata-se de uma medida extrema que pode ser um sinal, penso eu, da falta de experiência política do Presidente. Como nunca ocupou um cargo eletivo, talvez se sinta frustrado com a forma como a política está a decorrer na Coreia do Sul e recorra a estas medidas extremas e possivelmente ilegais”, considera.
A Casa Branca declarou-se "aliviada" com o facto de o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, ter levantado a Lei Marcial declarada algumas horas antes.
África também "representada" na lista de campeões olímpicos em PyeongChang
Alemã filha de mãe gambiana, Mariama Jamanka levou um pouco de África ao lugar mais alto do pódio olímpico, ao conquistar a medalha de ouro em Bosbsleigh. Na Coreia do Sul estiveram oito bandeiras africanas.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Jacobson
Mariama Jamanka, da origem gambiana para o ouro olímpico
Com a sua companheira de equipa Lisa Buckwitz, a piloto Mariama Jamanka festeja a medalha de ouro em bobsleigh, algo que a Alemanha não conseguia, na especialidade, desde os Jogos de Turim, em 2006. Jamanka, filha de mãe gambiana e pai alemão, leva também África ao lugar mais alto do pódio olímpico.
Foto: picture alliance / Wong Maye-E/AP/dpa
Jogos Olímpicos de Inverno com oito países africanos
Do quente para o frio, a viagem de 11 atletas africanos que participam nos Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul. Cinco homens e seis senhoras representam o continente, chegados da África do Sul, do Togo, da Nigéria, de Madagascar, do Gana, da Eritreia, do Quénia e de Marrocos, viajaram numa tentativa de superação pessoal e numa demonstração de verdadeiro espírito olímpico.
Foto: Getty Images/AFP/B. Smialowski
Nigerianas na neve
Akuoma Omeoga, Simidele Adeagbo, Ngozi Onwumere e Seun Adigun (da esquerda para a direita na foto), formaram a equipa olímpica da Nigéria presente nos Jogos de PyeongChang, na Coreia do Sul. A Nigéria é um dos oito países africanos representados na competição.
Foto: picture alliance/AP Photo/P. Semansky
A altas velocidades
A nigeriana Simidele Adeagbo num momento de plena competiçã no Olympic Sliding Centre, em PyeongChang. A atleta nigeriana, de 36 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade de Kentucky (EUA), e competiu em Skeleton, uma das modalidades dos Jogos Olímpicos de Inverno. O 20° (e último) lugar alcançado não retira vontade de continuar a evoluir.
Foto: Getty Images/AFP/M. Rasfan
Pleno alemão no "combinado nórdico"
Não podia correr melhor: a Alemanha conquistou as medalhas de ouro, prata e bronze na prova de "combinado nórdico". Eric Frenzel, Johannes Rydzek e Fabian Riessle (da esquerda para a direita na foto) a festejarem em conjunto uma proeza difícil de repetir...
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
O "slalom" do eritreu
Chama-se Shannon Abeda e foi o representante da Eritreia na Coreia do Sul. Aqui retratado numa competição em Innsbruck, na Áustria, o jovem de 21 anos persegue a sua paixão pelos desportos de inverno, e na sua estreia olímpica no "slalom" gigante conseguiu a 61ª posição (entre 75 concorrentes que terminaram a respetiva prova).
Foto: picture-alliance/EXPA
Aos 16 anos, de Madagascar
Chama-se Clerc Mialitiana, chega de Madagascar, e é uma das mais jovens atletas presentes nos Jogos de PyeongChang. Aos 16 anos, aventurou-se nas vertiginosas descidas do "slalom", conseguindo o 47° lugar (atrás ficaram sete atletas), e espera poder voltar a representar a grande ilha do oceano Índico dentro de quatro anos, em Pequim, na China.
Foto: Getty Images/C. Pallot
O sorriso ganês
Akwasi Frimpong representou o Gana em PyeongChang. O atleta de 32 anos tentou a qualificação para os Jogos de Londres, em 2012, com a bandeira da Holanda, mas não conseguiu os mínimos no atletismo. Virando-se para os desportos de inverno, foi à Coreia do Sul em nome do Gana (onde nasceu), competindo nas provas de skeleton. Foi 30° na geral final.
Foto: Getty Images/AFP/M. Rasfan
Arte dourada no gelo
Aljona Savchenko (34 anos) e Bruno Massot (29) ganharam para a Alemanha a medalha de ouro na competição de pares (figuras livres). A patinagem artística, um dos mais belos expoentes dos Jogos Olímpicos de Inverno, trouxe glória a este par, que contribuiu para o segundo lugar da Alemanha no quadro geral de medalhas, apenas superada pela Noruega.