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Corredor do Lobito quer dinamizar exportações interafricanas

5 de julho de 2023

"Um virar de página", sublinhou o Presidente João Lourenço na cerimónia que assinalou o início da concessão ferroviária do corredor do Lobito, estratégico para Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia.

Foto: DW/C. Vieira Teixeira

O contrato de transferência da concessão dos serviços ferroviários e de logística foi agora assinado entre os representantes do consórcio que vai operacionalizar o corredor do Lobito nos próximos 30 anos e o Governo angolano.

O ato presidido pelo chefe de Estado angolano no município do Lobito, na província de Benguela, litoral sul de Angola, contou com a presença dos Presidentes da RDC, Félix Tshisekedi e da Zâmbia, Hakainde Hichilema.

João Lourenço sublinhou a importância do memorando para o crescimento económico e social dos países fronteiriços e disse que o corredor vai facilitar e dinamizar a exportação de produtos entre os países.

"A partir do dia de hoje, representa um virar de página no que diz respeito à economia desta nossa região", sublinhou João Lourenço. "O corredor do Lobito que liga Angola à República Democrática do Congo, e cuja concessão que hoje aqui entregamos prevê a sua extensão a Zâmbia, vai seguramente dinamizar as exportações intra-africanas que para já apenas representam 14% do total efetuado para o resto do mundo."

Números como estes, acrescentou o Presidente angolano, mostram "a importância e necessidade de colocarmos as nossas infraestruturas ao serviço do desenvolvimento económico e sustentável dos nossos países e do nosso continente."

O Corredor do Lobito estende-se do porto do Lobito, banhado pelo oceano Atlântico, e atravessa Angola de oeste a este, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxíco. Abrange as áreas de mineração da RDC e Zâmbia.

João Lourenço: "A partir do dia de hoje, representa um virar de página no que diz respeito à economia desta nossa região"Foto: Alexander Nemenov/AFP/Getty Images

Desafios da transição energética

Por seu turno, Félix Tshisekedi, o Presidente da RDC reconheceu o impacto desta importante infraestrutura para o desenvolvimento da região e dos povos, que coloca o seu país no centro dos desafios da transição energética.

"E impõe-nos escolhas racionais em termos de infraestruturas, transportes que poderão facilitar a evacuação de forma otimizada e eficiente e a sua produção, quer seja no exterior do país e também para a exportação", destacou Tshisekedi.

Para Hakainde Hichilema, Presidente da Zâmbia, o corredor do Lobito vai assegurar e contribuir para a maior exportação de produtos minerais de forma rápida e segura. "Poderemos fazer negócios de forma mais rápida e com tempo mais curto e é uma alternativa, mas com um custo justo e claro em termos de negócios", frisou.

O consórcio Lobito Atlantic Railwy vai gerir o corredor do Lobito durante 30 anos. Os investimentos previstos pelo consórcio incluem a aquisição de 1.555 vagões e 35 locomotivas apenas para o lado de Angola, numa estimativa de 455 milhões de dólares e outros 100 milhões de dólares para a RDC.

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