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PolíticaCosta do Marfim

Costa do Marfim: Eleições legislativas sem incidentes

DW (Deutsche Welle) | rl | com agências
6 de março de 2021

Após ter boicotado as presidenciais de outubro, a oposição uniu-se nestas eleições contra o Presidente Ouattara que, este sábado (06.03), após votar, afirmou-se satisfeito com a evolução da democracia no país.

Elfenbeinküste Parlamentswahlen | Präsident Alassane Ouattara
Presidente Alassane Ouattara vota nas eleições legislativas deste sábado (06.03)Foto: Macline Hien/REUTERS

Milhões de costa-marfinenses foram, este sábado (06.03), chamados às urnas para eleger um novo parlamento. Ao contrário do que aconteceu nas presidenciais de outubro, que ficaram marcadas pela violência, o ato eleitoral deste sábado decorreu sem incidentes, assim como já havia acontecido na campanha eleitoral.

"O facto de todos os principais partidos estarem a participar nestas eleições é uma evolução que confirma o impulso na democracia do nosso país", disse o Presidente Ouattara, depois de exercer o seu direito de voto.

Pela primeira vez numa década, quase todos os partidos da oposição participam na votação, em particular a Frente Popular da Costa do Marfim (FPI, na sigla em francês) do antigo presidente Laurent Gbagbo, principal partido da coligação "Juntos pela Democracia e Soberania" (EDS).  Isto depois de, nas presidenciais, a oposição ter boicotado a votação, em protesto contra a recandidatura de Alassane Ouattara, que acabou por obter uma vitória esmagadora.

Nestas eleições legislativas, Ouattara enfrenta uma oposição unida - a coligação dos partidos dos dois ex-presidentes Laurent Gbagbo e Henri Konan Bedie. 

Mais de 1.500 candidatos disputam o voto de cerca de sete milhões de eleitores em 205 círculos eleitorais, que elegerão 255 deputados.Foto: Macline Hien/REUTERS

"A credibilidade da oposição está em jogo porque, em caso de derrota, será reduzida a nada, arriscando-se a ficar ainda mais dividida, o que só beneficiará o partido no poder", disse o analista político Ousmane Zina à agência noticiosa Reuters.

O que dizem os eleitores?

Nas ruas, há quem vá votar para que haja uma mudança no país. 

"Estamos cansados. Não temos muito que comer. No meu bairro não temos água e é por isso que vim votar. Para que isso mude", disse à AFP Micheline Irielou, uma empresária de 43 anos, que mora na capital do país.     

Já a cabeleireira Aïcha Coulibaly, que está vestida com uma t-shirt do partido RHDP, do Presidente Ouattara, afirma: "Estamos a votar pela paz. Para acabar com os "intermináveis" confrontos entre os compatriotas marfinenses".

Nas últimas eleições legislativas de dezembro de 2016, o partido do Presidente Alassane Ouattara União dos Houphouëtistas para a Paz e a Democracia (RHDP), então aliado ao Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI), do antigo presidente Henri Konan Bédié, obteve uma maioria absoluta com 167 lugares. A coligação desfez-se em 2018 e Bédié juntou-se nestas eleições a Gbagbo.

Os resultados oficiais da votação parlamentar são esperados este domingo (07.03).

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