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Costa do Marfim: Recandidatura de Ouattara é oficial

Lusa | AFP | rl
22 de agosto de 2020

Nova onda de violência no país surgiu, este sábado (22.08), logo após o partido no poder ter oficializado a decisão de escolher o Presidente Alassane Ouattara para concorrer a um terceiro mandato nas eleições de outubro.

Elfenbeinküste Abidjan | Alassane Ouattara Präsident der Elfenbeinküste für dritte Amtszeit nominiert
Foto: Reuters/L. Gnago

Os incidentes começaram-se a registar poucas horas depois das declarações do Presidente Alassane Ouattara, na capital do país, que tornaram oficial a sua designação para candidato do partido no poder às eleições presidenciais do próximo dia 31 de outubro.

"Por dever cívico, decidi responder favoravelmente ao apelo da União dos Houphouëtistas para a Democracia e a Paz (RHDP); deram-me tanto, que não posso negar o seu pedido agora, e nada me impede de ser candidato", disse o chefe de Estado perante uma multidão que se juntou no Estádio Félix-Houphouët-Boigny, na capital da Costa do Marfim.

No discurso, Ouattara dirigiu-se diretamente à oposição, que considera a sua candidatura ilegal, e disse, em resposta aos violentos protestos das últimas semanas:

"Que os opositores parem com a violência, que não traz nada de bom à vida dos costa-marfinenses, pessoas que gostam de viver em paz".

A oficialização da candidatura de Ouattara surgiu durante a manhã deste sábado (22.08), depois de, na quinta-feira (20.08), as autoridades terem anunciado a "suspensão" de manifestações públicas no país até 15 de setembro.

Atos violentos

A resposta da oposição não tardou, com o registo de vários incidentes em várias partes do país.

"A cidade está paralisada, a estação de autocarros, a universidade e uma padaria foram incendiadas", disse o habitante de Divo, uma região produtora de cacau a 200 km a noroeste de Abidjan, à reportagem da agência de notícias francesa, a AFP.

Em Gagnoa, local de nascimento do ex-presidente Laurent Gbagbo, e a 250 quilómetros de Abidjan, um residente contou à AFP que os jovens ligados à oposição, que diz que a recandidatura de Ouattara é ilegal, "queimaram pneus e ergueram barricadas em diferentes partes da cidade, exibindo cartazes onde se lia "Não queremos um terceiro mandato".

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