África do Sul regista maior aumento diário de infeções
mc | Lusa | EFE
18 de maio de 2020
África do Sul contabilizou 1.160 novos casos de Covid-19 no domingo (17.05), o balanço diário mais elevado desde o registo do primeiro caso. África ultrapassou os 84 mil casos e 2,7 mil mortes.
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A pandemia de Covid-19 continua a avançar no continente africano, embora não esteja a apresentar um grande aumento nos contágios como ocorre em outras regiões.
No entanto, a África do Sul registou, no domingo (17.05), o balanço diário mais elevado desde o registo do primeiro caso em março, indicou o Ministério da Saúde. Os novos casos de contaminação pelo novo coronavírus chegaram aos 1.160.
O país, que faz fronteira com Moçambique, contabiliza no total 15.515 casos de Covid-19. A província turística do Cabo ocidental reúne cerca de 60% dos casos. Foram assinalados mais três óbitos no país com a economia mais industrializada de África, o que elevou o total de mortos para 263. 6.478 pacientes tiveram alta.
A população da África do Sul, o país africano mais afetado pela pandemia, está confinada desde 27 de março. O Governo desencadeou uma estratégia de testes em massa, que até ao momento abrangeu 460.873 pessoas.
Mas diversos especialistas sanitários assinalaram os limites desta estratégia de testes massivos, pelo facto de os resultados apenas serem conhecidos após duas semanas, contra apenas três dias registados anteriormente.
África ultrapassa 84 mil casos
O número de mortos em África subiu esta segunda-feira (18.05) para 2.764, com mais de 84 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia divulgadas pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
Depois da África do Sul, o novo coronavírus atinge principalmente os países da parte norte do continente. Os casos estão concentrados no Egito, Argélia e Marrocos.
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Apesar de ser o segundo país com mais casos, o Egito é líder em número de vítimas da Covid-19 em África (11.719 positivos e 612 mortes).
O top 5 fecha com a Argélia (6.821 casos e 542 mortes), Marrocos (6.741 casos e 192 mortes) e, na região subsaariana, a Nigéria (5.621 casos e 176 mortes).
Na última quarta-feira (13.05), o Lesoto foi o último país no continente a confirmar um caso do novo coronavírus.
Mas nem tudo são más notícias. As autoridades das Ilhas Maurício garantiram que o país venceu a batalha contra o vírus, embora continue vigilante. O último paciente de Covid-19 recuperou na semana passada.
Pandemia matou mais de 313 mil
A pandemia de Covid-19 já provocou a morte a pelo menos 313.611 pessoas e infetou 4.680.700 em 196 países e territórios, segundo um relatório elaborado pela AFP e divulgado no domingo.
Entre estes casos, pelo menos 1.670.100 são agora considerados curados. Até agora foram contabilizados mais 4.315 mortos e 91.849 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em todo o mundp.
Os Estados Unidos da América são o país que apresentou mais vítimas mortais nas últimas 24 horas, com 1.216, seguido pelo Brasil, com 816 mortos, e da França, com 483.
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a pandemia começou no final de dezembro, contabiliza oficialmente um total de 82.947 casos (seis novos infetados desde sábado), incluindo 4.634 mortes (uma nova) e 78.227 curados.
O Nepal e Madagáscar anunciaram, nas últimas 24 horas, as primeiras mortes ligadas ao novo coronavírus nos seus territórios.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.