Covid-19: África regista 414 mortes e mais de 9 mil infeções
Marina Oliveto | com agências
6 de abril de 2020
O número de mortes provocada pelo coronavírus em África subiu para 414 e foram confirmados 9.198 infetados, segundo levantamento realizado em 51 países do continente. Há mais de 1,2 milhão de infetados no mundo.
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O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC Africa) regista 414 mortes e 9.198 infeções causadas pelo coronavírus em África. O CDC Africa também divulgou que 813 pessoas recuperaram da Covid-19 no continente.
Os dados divulgados ainda revelam um mapa da origem da transmissão do vírus dentro do continente. Dos Estados que reportaram a doença, 39 identificaram que a transmissão foi local, e 12 foram infeções "importadas”.
Segundo o CDC Africa, a expectativa para o mês de abril é que alguns países ultrapassem a marca dos 10 mil infetados pelo vírus.
A maior concentração de casos está no norte de África - na Argélia, Egito e Marrocos. No total são 3.959 infeções e 290 mortes confirmadas na região, com a recuperação de 408 pacientes.
Números nos PALOP
Nos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) não houve novas infeções em Moçambique, permanecendo os 10 casos confirmados e sem o registo de mortes por Covid-19. Um paciente foi dado como recuperado.
Em Angola, segundo o último balanço, subiu para 14 o número de casos confirmados - permanecendo o registo de dois mortos, com mais de 2 mil pessoas em quarentena.
Apesar das medidas restritivas impostas pelo estado de emergência em Cabo Verde, foi registado um novo caso da doença, subindo para sete o número de infeções confirmadas e um óbito.
Na Guiné-Bissau, apesar do estado de emergência, o número de casos chegou a 18 nas últimas horas. São Tomé e Príncipe confirmou quatro infeções nesta segunda-feira, deixando de ser o único país dos PALOP que ainda não tinha nenhum caso confirmado.
Mais de 1,2 milhão de infetados
O último balanço divulgado sobre o coronavírus mostra um avanço da doença em alguns países. São mais de 1,2 milhão de infeções e mais de 70 mil mortes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 269.451 pacientes recuperaram e 5% dos casos são graves.
Os Estados Unidos é um dos países que mais sofre com o avanço da doença. Nas últimas 24 horas, foram registadas mais de 1,2 mil mortes e mais de 337 infeções. A Covid-19 já matou mais de 9 mil pessoas em território norte-americano.
Nas últimas 24 horas, a Espanha registou o menor número de mortes em um dia, 637. Ao todo, o país confirmou a infeção de mais de 135 mil pessoas com a morte de mais de 13 mil.
Segundo a agência Lusa, a Comissão Nacional de Saúde da China confirmou o registo de novos 39 casos do novo coronavírus no país, sendo a primeira vez que os números totais da infeção reduziram para menos de 1,3 mil infetados.
O que mudou em Cabo Verde com a Covid-19
Cabo Verde registou quatro casos de infeção por Covid-19 e uma morte. Todos os casos são importados. Centenas de pessoas estão em isolamento e os voos foram condicionados. O dia a dia também está a ser afetado.
Foto: DW/A. Semedo
Movimentação reduzida nas ruas
A chegada do novo coronavírus a Cabo Verde mudou a rotina dos cabo-verdianos, sobretudo nos centros urbanos, onde se tem notado a diminuição de movimentação e aglomeração de pessoas. Muitos preferem ficar em casa para diminuir o contacto social. Eventos com muitas pessoas foram suspensos em todo o país. Discotecas foram encerradas, bares e restaurantes passaram a fechar mais cedo.
Foto: DW/A. Semedo
Férias escolares antecipadas
Cabo Verde antecipou as férias escolares do ensino pré-escolar, básico e secundário para o dia 23 de março, como medida de contenção à Covid-19. As universidades também suspenderam todas as aulas e outras atividades formativas. Foram ainda estabelecidas medidas "excecionais e temporárias" para o funcionamento de creches, com a possibilidade do teletrabalho para os pais.
Foto: DW/A. Semedo
Informar com urgência a população
Campanhas de sensibilização e de esclarecimento à população sobre a Covid-19 estão a ser realizadas pelas autoridades em Cabo Verde. Carros passam informações à população sobre o que é a Covid-19, as formas de transmissão e como prevenir a doença. Estas viaturas circulam nos centros das cidades e bairros para reforçar a comunicação.
Foto: DW/A. Semedo
Transportes urbanos com lotação a 50%
Os transportes urbanos e interurbanos, como taxis e "hiaces", já estão a sentir os efeitos da Covid-19. A lotação passou para metade, com impacto direto no rendimento dos condutores. A medida visa aumentar o distanciamento entre os passageiros e evitar o contágio. "Hiacistas" e taxistas pedem apoio ao Governo para colmatarem as perdas, como a suspensão de impostos ou a facilitação de créditos.
Foto: DW/A. Semedo
Praias interditadas em todo país
As autoridades interditaram o acesso às praias do país para evitar a aglomeração de pessoas e, consequentemente, prevenir o contágio e a disseminação da Covid-19. A proibição durará enquanto se mantiver o plano de contingência a nível nacional decretado pelo Governo. A polícia está a patrulhar as zonas balneares para garantir o cumprimento da interdição.
Foto: DW/A. Semedo
Acesso limitado aos locais públicos
Mercados, bancos, farmácias, lojas e outras instituições estão a limitar a entrada de pessoas para prevenir a Covid-19, o que tem levado à criação de filas à porta destes espaços. Nos mercados da Praia, por exemplo, foi proibida a entrada de crianças e as vendedeiras com mais de 65 anos devem ficar em casa. Feiras e vendas de animais vivos são agora proibidas. Algumas lojas chinesas já fecharam.
Foto: DW/A. Semedo
Corrida aos supermercados
O anúncio do plano de contingência para a prevenção e controlo da Covid-19 e do primeiro caso da doença no país, disparou as compras em Cabo Verde. O medo de ficar sem alimentos levou as pessoas a comprarem grandes quantidades de comida e produtos de higiene. O Governo alertou a população para não açambarcarem os produtos e reforçou a fiscalização contra a especulação de preços.
Foto: DW/A. Semedo
O medo de ficar sem gás butano
O anúncio do primeiro caso de Covid-19 no país levou os cidadãos à compra desenfreada de gás butano para armazenamento, temendo a sua falta no mercado. Vários postos de venda ficaram sem este combustível para atender à elevada procura. Entretanto, as empresas de combustíveis garantem à população que têm stocks de gás suficiente para abastecer o mercado, afastando um cenário de escassez.
Foto: DW/A. Semedo
Faltam materiais de proteção individual
A falta de máscaras e álcool em gel no mercado tem deixado os cidadãos muito preocupados. A procura por estes produtos aumentou drasticamente com o registo do primeiro caso de Covid-19 no país. A empresa de medicamentos Inpharma passou a produzir álcool em gel para abastecer o país e já garantiu o fornecimento de máscaras às farmácias. Porém, a venda destes produtos está a ser racionada.