Covid-19: África tem 7,7 mil casos e mais de 300 mortes
AFP | Lusa | kg
4 de abril de 2020
OMS lança alerta sobre aumento de casos do coronavírus, que está a "ameaçar os frágeis sistemas de saúde do continente". África do Sul ainda lidera o número de casos da doença, com 1.505 infetados.
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O continente africano regista 7.741 casos da Covid-19 e 313 mortes, segundo o levantamento mais recente divulgado este sábado (04.04) pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África).
A doença afeta 50 países de África. A Argélia tem um caso a mais do que o Egito, com 986 contaminados. O país também regista 83 mortes contra 66 óbitos no Egito. A África do Sul ainda lidera o número de casos da doença, com 1.505 infetados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstrou preocupação com o aumento de casos da Covid-19 em África, assinalando que a doença está "a ameaçar os frágeis sistemas de saúde do continente".
"O número de casos está a aumentar exponencialmente na região africana", afirmou a diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti. A especialista acrescentou que passaram 16 dias entre o primeiro e os cem casos na região e apenas outros dez para alcançar o primeiro milhar.
Para conter a pandemia da Covid-19, muitos países africanos adotaram medidas de restrição e contenção da população, incluindo o encerramento total de fronteiras, a limitação das entradas no país, ou a imposição de uma quarentena obrigatória equivalente ao período máximo de incubação do vírus. Todos os países dos PALOP implementaram o estado de emergência.
Ainda assim, países como a República Democrática do Congo, África do Sul, Burkina Faso, Camarões e Senegal verificaram casos em várias regiões do país. "Para que as medidas de restrição social sejam eficazes, devem ser acompanhadas por medidas de saúde públicas fortes, sustentadas e dirigidas que permitam localizar, testar e tratar os casos da Covid-19", afirmou Moeti.
Quase 61 mil mortos
No mundo, já são mais de 1,1 milhões de casos da doença e 60.887 óbitos, segundo o levantamento em tempo real feito pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América.
Os EUA é onde a pandemia está atualmente a progredir mais rapidamente, com 278.568 casos e mais de 7 mil mortes. A Espanha aparece em segundo, com 124.736 casos. O país que acumula mais mortes é a Itália, com 14.681. O Reino Unido registou este sábado mais de 700 óbitos num período de 24 horas, o que eleva para 4.313 o total de mortos no território.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, disse que vai pedir ao Parlamento a prorrogação do estado de emergência até 26 de abril, mas a medida não vai valer para setores não essenciais da economia.
Este sábado, a China observou três minutos de "silêncio e reflexão" pela memória das mais das 3.300 pessoas que morreram devido à pandemia da Covid-19 no país.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.