A Alemanha regista atualmente 22,672 casos do novo coronavírus. Para ganhar tempo na luta contra o vírus, a chanceler Angela Merkel, que já está em quarentena, proibiu os encontros em público com mais de duas pessoas.
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De acordo com os dados mais recentes do Instituto Robert Koch, a entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças na Alemanha, esta segunda-feira (23.03) houve um aumento de 4,064 casos em relação ao dia anterior. No total, foram registadas 86 vítimas mortais a nível nacional.
Os estados federados da Renânia do Norte-Vestefália e da Baviera, os mais populosos do país, são os mais afetados pelo novo coronavírus, com 5,615 e 4,892 casos, respetivamente.
No domingo (22.03), para tentar "ganhar tempo na luta contra o vírus”, a chanceler Angela Merkel anunciou a proibição em todo o país de encontros em público com mais de duas pessoas - também em festas privadas -, excetuando famílias ou casos de pessoas que moram na mesma casa.
Esta medida de restrição para conter a pandemia e "salvar vidas" fica em vigor durante duas duas semanas e prevê multas que podem chegar aos 25 mil euros para quem não respeitar a medida. A polícia irá controlar o cumprimento das novas regras.
Ficou também estabelecido que, em espaços públicos, deve ser mantida uma distância mínima de 1,5 metros.
"O mais importante é seguir as regras de distanciamento. Com uma certa distância, o risco de infeção é reduzido a quase zero", disse Angela Merkel, numa conferência de imprensa, em Berlim
Angela Merkel em quarentena
A chanceler alemã está em quarentena depois de ter contactado com um médico infetado com Covid-19 e "vai continuar a trabalhar” a partir de casa, anunciou o porta-voz de Angela Merkel, Steffen Seibert.
Segundo o porta-voz, a chanceler teve contacto com um médico entretanto diagnosticado com a doença covid-19. A medida de quarentena está a ser aplicada a todas as pessoas que tiveram contato com infetados.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China, onde o vírus surgiu, são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.