Covid-19: Alemanha passa barreira dos mil mortos diários
Lusa
30 de dezembro de 2020
Nas últimas 24 horas, a Alemanha registou 1.129 mortes por Covid-19, ultrapassando pela primeira vez a barreira de mil óbitos diários. O Governo já indicou que pretende prolongar as atuais restrições no país.
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O Instituto Robert Koch também anunciou 24.740 infetados com o novo coronavírus no mesmo período, um número abaixo do máximo diário (33.777) contabilizado em meados de dezembro.
O número total de contágios confirmados desde o início da pandemia aumentou na Alemanha, com 83 milhões de habitantes, para 1.687.185 casos, dos quais 1.302.600 são pacientes recuperados, enquanto o número de óbitos subiu para 32.107.
O Governo federal já indicou que pretende prolongar as atuais restrições drásticas além da data inicialmente prevista, 10 de janeiro. A chanceler alemã, Angela Merkel, e os líderes regionais, responsáveis pela implementação das medidas, deverão reunir-se a 5 de janeiro para avaliar a situação.
Covid-19: Segunda onda leva hospitais na Alemanha ao limite
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Desde 16 de dezembro, foram encerradas lojas não essenciais, com exceção de produtos alimentares e outros bens de consumo do quotidiano, como farmácias, bancos, correios, estações de serviço e, em alguns estados, livrarias.
A Alemanha já tinha encerrado, desde o início de novembro, estabelecimentos de diversão noturna, culturais e de restauração. As férias escolares foram adiadas por alguns dias e serão prolongadas até 10 de janeiro, mais do que o habitual, com a intenção de conter a pandemia.
Vacinação em curso
Tal como a maioria dos Estados da União Europeia (UE), a Alemanha iniciou a campanha de vacinação no domingo, em hospitais geriátricos, e logo depois em 440 centros criados em todo o país.
De acordo com estimativas governamentais, 1,3 milhões de doses de vacinas da BioNTech alemã e da sua parceira norte-americana, a Pfizer, deverão ser distribuídas no país até ao final deste ano.
Estima-se que no primeiro trimestre do ano terão sido injetadas cerca de 14 milhões de doses desta vacina ou da norte-americana Moderna, que aguarda a respetiva aprovação na Europa.
O objetivo do Governo é, à medida que a produção acelera e outras vacinas são aprovadas, poder oferecer a todos os cidadãos a possibilidade de serem vacinados até meados do ano. A vacinação será gratuita e voluntária.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.775.272 mortos resultantes de mais de 81,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.