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Covid-19: Angola conta com apoios para superar pandemia

Lusa | cvt
18 de abril de 2020

UNICEF disponibiliza bens e assistência técnica no combate à Covid-19 em várias províncias. Hospital pediátrico de Luanda recebeu viseiras produzidas em 3D por voluntários.

Deutschland Erste Todesfälle nach Infektionen mit Coronavirus | Symbolbild Test
Foto: Imago-Images/photothek/T. Trutschel

Na sexta-feira (17.04), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) anunciou que está a disponibilizar bens e assistência técnica no combate à pandemia de covid-19 em Angola, prevendo a distribuição de materiais em várias províncias.

Segundo um comunicado da agência das Nações Unidas, a UNICEF pretende entregar 'kits' de higiene, saneamento e proteção pessoal, compostos por sabão, garrafas de lixívia, desinfetantes de água, reservatórios de água, desinfetantes para as mãos, luvas e máscaras".

Estes materiais integram um pacote que servirá, numa primeira fase, para apoiar a resposta à Covid-19 nas províncias do Cunene, Huíla, Namibe e Luanda.

Segundo o UNICEF, já foram entregues 300 caixas de comprimidos para desinfetar água, 3.000 recipientes de 20 litros para guardar água, 1.200 fracos para tratamento de água, 3.000 barras de sabão, 3.000 garrafas de lixívia e 50 kits de proteção pessoal.

Foto: AP

O representante interino do UNICEF em Angola, Jean François Basse, assinalou que a organização está "extremamente preocupada com o possível impacto social e económico da pandemia", o que a leva a trabalhar com vários departamentos ministeriais para "estudar mecanismos" para a redução dos efeitos da pandemia na vida das crianças e das suas famílias.

De acordo com o comunicado, o UNICEF tem colaborado com o Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher para a "elaboração de procedimentos de atendimento às crianças que se encontram nos centros acolhimento.

Ainda no âmbito da parceria com o mesmo Ministério, o UNICEF pretende apoiar no atendimento de mais de 8.000 famílias e 17.500 crianças e manter em funcionamento 14 centros de ação social integrada.

O Fundo está ainda a colaborar com o Ministério da Saúde angolano, com vista ao fortalecimento da capacidade dos serviços e dos trabalhadores do setor, seja na prevenção e controlo de infeções, seja na disponibilização de equipamento de proteção.

A agência da ONU mostrou-se ainda satisfeita com a transmissão de aulas pela televisão e pela rádio, uma vez que as escolas se encontram encerradas devido às medidas de confinamento decretadas pelo Governo do Presidente João Lourenço.

"Em tempo de emergência, é importante garantir a continuidade do acesso à saúde, à nutrição adequada, à educação de qualidade e que os mais vulneráveis desfrutem de mecanismos da proteção social para mitigar o impacto do choque económico-social", acrescentou Jean François Basse.

Hospital David Bernardino (arquivo)Foto: DW/B.Ndomba

Viseiras de proteção

Entretanto, um grupo de voluntários juntou-se, em Angola, para fabricar viseiras com impressoras 3D, tendo distribuído já, gratuitamente, cerca de mil destes equipamentos essenciais para proteger quem está na linha da frente do combate à Covid-19.

Com uma impressora 3D montada a partir de um ‘kit' que não custou mais de 130 euros, Luís Querido, um dos mentores do projeto produz em sua casa, diariamente, cerca de 50 viseiras que estão a ser distribuídas por hospitais e clínicas de Luanda 

Médicos e enfermeiros do hospital pediátrico de Luanda já estão a usar viseiras produzidas em 3D.

Margarida Correia, diretora clínica do hospital David Bernardino, disse à Lusa que será dada prioridade na distribuição aos profissionais da triagem e serviços de urgência, bem como nos pontos de maior contacto com os utentes.

"Nos pontos de triagem, este é um material que é indispensável e estas viseiras vão ser uma mais valia na abordagem dos nossos doentes", sublinhou a médica, indicando que serão distribuídas pelos dois pontos de triagem, o gabinete de abordagem da doença respiratória e a consulta externa de urgência.

Recordou que este é também um hospital com características diferentes dos outros: "temos a criança e o acompanhante e o risco é muito maior".

Foto: Wikimedia/L.Willms

Brasileiros de retorno

A companhia aérea euroAtlantic faz este sábado (18.04) um voo de repatriamento de cidadãos brasileiros que trabalhavam em Angola, anunciou a empresa em comunicado, sem adiantar o número de passageiros. 

"A partir de Angola, também um país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)[tal como o Brasil], face à crise do novo coronavírus, um dos Boeing B767-300ER da frota da euroAtlantic vai realizar para a Realvitur Angola, um operador turístico e agência de viagens, uma operação de repatriamento de cidadãos brasileiros, que mantinham atividade laboral em Angola", informa em comunicado a companhia aérea portuguesa. 

De acordo com a mesma nota, a primeira etapa do voo da euroAtlantic inicia-se no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, e depois de passar pelo Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes, tem como destino final o Aeroporto Internacional de São Paulo.

Segundo o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) de sexta-feira (17.04), Angola somava 19 casos confirmados de covid-19 e duas mortes.

O Brasil atingiu, também na sexta-feira, um recorde diário de 217 mortos e 3.257 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, totalizando 2.141 óbitos e 33.682 infetados desde que a pandemia chegou ao país, informou o executivo.

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