Covid-19: Angola prolonga suspensão de cerca interprovincial
Lusa | tms
13 de abril de 2020
Medida prevista apenas para o fim de semana foi prorrogada por decreto presidencial. Angolanos têm até às 23h59 do dia 13 de abril para regressar a casa e cumprir quarentena domiciliar obrigatória.
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Inicialmente, estava prevista a suspensão da cerca sanitária apenas nos dias 11 e 12 de abril (sábado e domingo), depois de ser prolongado o estado de emergência por mais 15 dias (de 11 a 25 de abril), para que os cidadãos que se encontravam noutras províncias pudessem regressar às suas residências.
Segundo o decreto assinado este domingo (12.04) pelo Presidente da República, João Lourenço, será agora permitida a circulação interprovincial de pessoas e bens até às 23h59 do dia 13 de abril de 2020, segunda-feira.
O mesmo decreto determina também que todos os cidadãos que se desloquem de uma província para outra neste período ficam sujeitos a quarentena domiciliar obrigatória, regra que se for desrespeitada dará lugar a quarentena institucional obrigatória.
Controlo
O diploma indica que cabe às "autoridades competentes” criarem as condições necessárias ao "registo, controlo e acompanhamento da quarentena domiciliar obrigatória resultante da prorrogação por vinte e quatro horas do levantamento temporário da cerca sanitária provincial”.
Os cidadãos que foram submetidos recentemente à quarentena institucional não estão obrigados à quarentena domiciliar.
Angola regista 19 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus causador da Covid-19, entre os quais dois que resultaram em morte, e quatro pacientes já recuperados. Todos os registos são relativos a casos importados, maioritariamente de Portugal.
Angola a meio gás por causa da Covid-19
Angola entra este sábado na segunda fase do estado de emergência para travar a Covid-19. Até aqui, as regras têm sido respeitadas por muitos, mas desrespeitadas por muitos outros, sobretudo para conseguir comida.
Foto: DW/M. Luamba
Mototáxis nas ruas
O estado de emergência em Angola prevê, entre outras medidas, o distanciamento social entre as pessoas. As autoridades proibiram, por exemplo, o exercício da atividade de mototáxi por não obedecer ao distanciamento de, pelo menos, um metro entre mototaxista e cliente. Mas há quem desrespeite esta medida - é uma forma de continuar a fazer algum dinheiro.
Foto: DW/M. Luamba
Enchentes em várias lojas
Nos estabelecimentos de comércio de frescos e outros bens de primeira necessidade, como arroz e massa, há enchentes de pessoas ávidas de levar alguma coisa para casa. Também aqui se desrespeitam as regras do distanciamento social. O perigo de contágio é grande nestes locais. Entretanto, mercados e venda ambulante só podem funcionar três dias por semana - à terça, à quinta e ao sábado.
Foto: DW/M. Luamba
Outras lojas estão fechadas
Estabelecimentos comerciais de venda de roupas ou eletrodomésticos, por exemplo, encontram-se encerrados por causa da Covid-19. De portas abertas continuam só centros comerciais - para a venda de bens de primeira necessidade.
Foto: DW/M. Luamba
Maior avenida de Luanda vazia
A Avenida Fidel de Castro Ruz é das mais movimentadas de Luanda em tempos normais. Inaugurada em 2016, a via homenageia o antigo líder cubano. Mas com as medidas de prevenção impostas pelas autoridades angolanos por causa da Covid-19, a estrada está às moscas. Há uma circulação tímida de veículos automóveis.
Foto: DW/M. Luamba
Viagens clandestinas
As viagens entre as províncias estão proibidas. Será permitida apenas nos dias 11 e 12 deste mês para que os cidadãos se possam movimentar. Mas há relatos de pessoas que se deslocaram para outras províncias escondidas em camiões de transporte de alimentos.