Na Guiné-Bissau, o desconfinamento e o incumprimento das medidas de prevenção da Covid-19 estão a preocupar as autoridades do país, que prometem sancionar o comportamento. O uso de máscara ainda é obrigatório.
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A Guiné-Bissau está em estado de emergência desde março, mas cada vez mais se assiste ao incumprimento das medidas para evitar a propagação da Covid-19 no país, que já regista mais de dois mil casos positivos e 29 óbitos pela doença.
Quase todas as atividades que tinham sido proibidas pelas autoridades já foram retomadas. Os transportes circulam de uma região para a outra, atividades desportivas coletivas também estão a decorrer, bares e algumas discotecas estão em funcionamento. E a isso associa-se o não uso de máscara pela população e o incumprimento do distanciamento social.
Plácido Cardoso, do Alto Comissariado de Luta contra a Covid-19, promete medidas corretivas "para que o decreto governamental seja cumprido”:
Situação é preocupante
"Estamos bastante preocupados com esta situação. Assim como estamos preocupados não só com a situação de transportes, mas [também] das discotecas e dos bares que estão a funcionar normalmente, como se não estivéssemos no período da restrição. E acho que terá que se tomar medidas corretivas de forma a pôr cobro a essa desorganização", adianta.
Desconfinamento preocupa autoridades guineenses
Por outro lado, o sociólogo guineense Infali Donque disse que é compreensível o desconfinamento que agora se verifica: "Quase em todos os países, as autoridades estão a ter dificuldades em regular o comportamento das pessoas. Nota-se claro um desgaste emocional e económico. O ser humano é social e o confinamento relega toda a sociedade ao isolamento e não é fácil de ponto de vista social", disse Donque à DW África.
"Essa doença existe na Guiné-Bissau"
O uso de máscara continua a ser obrigatório, embora haja quem não cumpra esta medida. Cidadãos ouvidos nas ruas de Bissau pela DW África apelam à união dos esforços para o combate à pandemia:"[As populações] não estão a acatar a decisão do Governo. E quando o Governo tomar uma decisão dura, vão dizer que o Governo está a atuar mal, quando não", disse um funcionário público.
Uma professora lança o apelo: "Todos nós devemos usar máscaras para evitar o pior, porque todos sabemos que existe a Covid-19 na Guiné-Bissau." "É necessário reforçar as informações junto dos cidadãos para que possam compreender melhor que, na verdade, essa doença existe na Guiné-Bissau", disse ainda um estudante universitário.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.