É o que diz o médico da Casa Branca, que avança a possibilidade de o Presidente dos Estados Unidos sair do hospital a partir de segunda-feira. Num vídeo que publicou no Twitter, Donald Trump diz sentir-se "muito melhor".
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Numa conferência de imprensa à porta do Hospital Militar Walter Reed, nos arredores de Washington, este domingo (04.10), o médico Sean Conley, citado pela Associated Press (AP) disse que Donald Trump foi tratado com um esteroide, depois de duas descidas dos seus níveis de oxigénio, no sábado.
Apesar das melhoras, Conley disse que Donald Trump teve "febre alta" na sexta-feira (02.10), e que os níveis de oxigénio desceram para 93%, sem sensação de perda de fôlego.
Também Brian Garibaldi, um especialista em cuidados pulmonares que faz parte da equipa de médicos a acompanhar o caso, disse que Trump recebeu uma segunda dose do medicamento experimental Remdesivir, juntamente com uma primeira dose do esteroide dexametasona no sábado, e não está a demonstrar nenhuns efeitos secundários.
Garibaldi disse que o Presidente "está a pé e bem", e que o plano é tê-lo "fora da cama" durante o dia de hoje o máximo de tempo possível.
Os dois médicos disseram que caso a evolução continue favorável, Trump poderá voltar à Casa Branca na segunda-feira e continuar a sua série de cinco dias de tratamento com remdesivir e outros tratamentos adequados.
Relatos contraditórios
Relativamente aos relatos contraditórios acerca do estado de saúde do Presidente divulgados no sábado, quer pela equipa médica que o acompanha, quer pela Casa Branca, Sean Conley disse que quis "refletir a atitude positiva" de Trump na comunicação à imprensa.
"Estava a tentar refletir a atitude positiva da equipa, que o Presidente e a evolução da doença tiveram", disse.
Conley acrescentou que "não quis dar nenhuma informação que poderia levar o curso da doença noutro sentido", e que ao fazê-lo "saiu como se se estivesse "a tentar esconder alguma coisa, o que não era necessariamente verdade".
48 horas "críticas"
No sábado, o chefe de pessoal da Casa Branca, Mark Meadows, disse que Donald Trump passou por um período "muito preocupante" na sexta-feira e que as próximas 48 horas seriam "críticas" para a recuperação do Presidente norte-americano.
"Ainda não estamos num caminho claro para uma recuperação completa", disse Mark Meadows, contradizendo a avaliação avançada por pessoal da Casa Branca desde que Trump revelou o seu diagnóstico, bem como pelos seus médicos.
A conferência de imprensa do Comandante da Marinha e médico Sean Conley, no sábado, levantou mais questões do que aquelas a que respondeu, pois Conley recusou-se repetidamente a dizer se o Presidente alguma vez precisou de oxigénio suplementar e a discutir exatamente quando ficou doente.
"Quinta-feira sem oxigénio. Nenhum, neste momento. E ontem [sexta-feira] com a equipa, enquanto estivemos todos aqui, ele não estava a oxigénio", disse Conley.
Mas, de acordo com uma pessoa, citada sob anonimato pela agência Associated Press, Trump recebeu oxigénio na Casa Branca na sexta-feira, antes de ser transportado para o hospital militar.
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"Sinto-me muito melhor agora"
Entretanto, o Presidente norte-americano divulgou este domingo (04.10), na sua conta na rede social Twitter, um novo vídeo, gravado no hospital, no qual diz que começa a sentir-se melhor e espera "voltar em breve".
No vídeo de quatro minutos, Trump diz que "não se sentia muito bem" quando foi admitido no Hospital Militar Walter Reed, na sexta-feira, após o teste positivo para o coronavírus.
"Sinto-me muito melhor agora, estamos a trabalhar arduamente para que eu recupere totalmente. Penso que voltarei em breve e mal posso esperar para terminar a campanha da forma como a comecei", acrescentou.
Na comunicação, agradeceu ao pessoal médico que o está a tratar e aos líderes mundiais e cidadãos norte-americanos que enviaram votos de melhoras, dizendo estar a lutar pelos milhões de pessoas que têm tido o vírus em todo o mundo. "Vamos vencer este coronavírus ou o que quer que lhe queiram chamar", disse o Presidente no vídeo, que não está datado.
Trump tem 74 anos e é clinicamente obeso, o que o coloca em maior risco de complicações graves por causa do vírus que infetou mais de 7 milhões e matou mais de 200 mil pessoas nos Estados Unidos.
Na sexta-feira, Donald Trump anunciou na sua página pessoal da rede social Twitter que, tal como a primeira-dama, Melania, tinha testado positivo ao coronavírus e que iria ficar em quarentena. Horas depois, foi internado por medida de precaução no Hospital Militar Walter Reed.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.