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Covid-19: Variante Delta põe província de Tete em alerta

22 de junho de 2021

Tete, no centro de Moçambique, regista desde 1 de junho um aumento dos casos de Covid-19. A variante Delta na região acelerou a sua propagação e atinge muitos jovens, disse à DW o médico chefe da província.

Foto: Christian Ohde/imago images

A variante Delta do novo coronavírus, com origem na Índia, foi detetada na província central de Tete. Segundo o médico chefe da província, Xarifo Gentivo, nas últimas três semanas, houve um aumento preocupante de novos casos e internamentos de doentes infetados.

Com a nova variante, há muitos jovens "aparentemente saudáveis" que acabam por ficar internados, diz Gentivo em declarações à DW África,.

Foto: privat

DW África: Qual é o ponto da situação ao nível da província em termos de novos casos de Covid-19, principalmente com o diagnóstico da variante Delta?

Xarifo Gentivo (XG): Temos vindo a registar uma tendência de aumento do número de casos desde 1 de junho. Tínhamos diminuído. Estávamos a registar um ou dois casos por dia quando começámos a notar um novo aumento. Isto também foi caracterizado pelo aumento da taxa de positividade, que era de 1% e que, nestas últimas semanas, até ontem [segunda-feira, 21 de junho], subiu até cerca de 38%.

DW África: Quais são os distritos que estão a registar elevados números de novos casos?

XG: O distrito de Tete regista o maior número, cerca de 25 casos ativos – e depois Moatize, com 30; Changara, com 12; Cahora Bassa, com 7; e, por fim, o distrito de Marara, com 5.

DW África: Quais as faixas etárias mais afetadas por este novo aumento que se verifica na província?

XG: O grupo etário mais afetado é o grupo dos 35 a 45 anos. Depois surge o dos 45 a 54. Então, de uma forma geral, o grupo entre 35 e 50 anos é o mais afetado. Mas quem está em maior risco de ser internado e de morrer continua a ser o grupo dos maiores de 55 anos. Uma nova tendência que estamos a verificar neste novo aumento, pela nova variante - e isto já foi dito pelas autoridades centrais - é que não há muita relação com as comorbidades como no caso das outras variantes, quando [a maioria dos casos] estava ligada a pacientes diabéticos, hipertensos, cardiopatas e idosos. Agora, pessoas jovens, aparentemente saudáveis, também desenvolvem [a forma grave da] doença [Covid-19].

A vacinação contra o coronavírus em Moçambique

03:41

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DW África: Nesse caso, isto continua a constituir uma preocupação, tendo em conta que a maior parte dos jovens ainda não foi vacinada...

XG: Exatamente.

DW África: Qual a capacidade de internamento na província?

XG: Temos capacidade para internar, tendo em conta aquilo que é a nossa disponibilidade de camas. Temos pelo menos 34 camas para internamento e, neste momento, temos 12 pacientes internados.

DW África: Que ações concretas estão a ser implementadas para controlar a propagação do vírus?

XG: Muito por causa do cumprimento dos decretos presidenciais, após o relaxamento das medidas, houve um relaxamento total. Então, neste momento, temos que reforçar as ações de comunicação para podermos adotar as medidas de prevenção. As variantes não mudaram a forma de transmitir, nem a forma de prevenir [o novo coronavírus]. Por isso, vale a pena lembrar que a prevenção ainda é a medida mais eficaz. Começamos a apostar nisso, juntamente com ações multisetoriais do município, polícia, INATTER [Instituto Nacional de Transportes Terrestres] e outras instituições, para fazer a fiscalização do cumprimento do decreto, do recolher obrigatório, entre outros, e diminuir os aglomerados nos mercados.

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