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Covid-19: Moçambique vacinou apenas 2,4% da população-alvo

Lusa
4 de agosto de 2021

No lançamento da campanha de vacinação em massa contra a Covid-19, PR moçambicano apelou aos cidadãos para confiarem nas vacinas. Moçambique vacinou apenas 2,4% da população-alvo - número "insignificante", segundo Nyusi.

Filipe Nyusi: "Temos consciência do problema da desinformação que alimenta dúvidas sobre as vacinas"Foto: Luciano da Conceição/DW

"Quem são esses ´cientistas` [que desinformam]? É um crime desencaminhar um povo [contra as vacinas], para o povo desaparecer" devido à pandemia, criticou esta quarta-feira (04.08) o Presidente Filipe Nyusi, apelando à população para confiar na campanha de imunização, porque os fármacos "são seguros" e constituem "arma importante".

O chefe de Estado moçambicano falava durante o lançamento da Campanha de Vacinação em Massa Contra a Covid-19, que arrancou hoje em todo o país.

Filipe Nyusi visou o uso de redes sociais por algumas pessoas, que veiculam mensagens negativas sobre os fármacos contra o novo coronavírus, desencorajando o recurso à imunização. "Temos consciência do problema da desinformação que alimenta dúvidas sobre as vacinas. Não podemos viver de ruídos, de rumores" em torno da vacinação, acrescentou.

Segunda toma

Filipe Nyusi assinalou que teve de "pedir favor ao povo" para que pessoas que receberam a primeira dose da vacina, na primeira fase que começou em março, voltassem para a segunda toma, depois de muitos vacinados terem relutado, na sequência da "onda de desinformação ou negligência".

Início da campanha de vacinação contra a Covid-19 em Maputo, em março deste anoFoto: Romeu da Silva/DW

"Nós os moçambicanos não nos podemos dar ao luxo de deitar aquelas vacinas que salvam vidas. Tenho colegas [chefes de Estado africanos] que estão na bicha para conseguir vacinas, mas não estão a conseguir", sublinhou.

Os imunizantes em uso contra o coronavírus em Moçambique, prosseguiu, foram produzidos por farmacêuticas especializadas e reputadas no mundo e foram aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo usadas até nos países produtores. "São vacinas seguras e até são usadas nos países onde são fabricadas", destacou.

Filipe Nyusi avançou que o país vai usar a experiência que detém na vacinação para massificar a imunização da população contra a Covid-19, defendendo que a vacina "é uma arma importante para o combate à Covid-19".

"Ao longo da história, o nosso país tem recorrido à vacinação contra doenças como a malária, sarampo, pólio, tétano e tosse convulsa", acrescentou.

Retoma da vida social

O chefe de Estado moçambicano assegurou que a inoculação massiva da população vai permitir a retoma da vida social e económica do país o mais normal possível.

Filipe Nyusi apontou a exiguidade das vacinas contra o novo coronavírus como um grande desafio para o objetivo de massificação da vacinação, agradecendo o apoio de parceiros internacionais na disponibilidade dos fármacos.

A campanha de massificação da vacinação hoje lançada pelo Presidente da República tem como grupos prioritários funcionários públicos, professores, motoristas e cobradores de transportes coletivos de passageiros, pessoas com idade superior a 50 anos e combatentes da luta de libertação nacional.

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Total de vacinados 

De acordo com o Presidente moçambicano, o país vacinou apenas 2,4% da população-alvo contra a Covid-19, considerando "insignificante" essa percentagem, num momento em que o território bate recordes de casos e mortes, devido à pandemia.

"Até agora, estão completamente vacinadas em Moçambique cerca de 400 mil pessoas, o que corresponde a apenas 2,4% da população alvo identificada no Plano Nacional de Vacinação Contra a Covid-19", afirmou Nyusi.

Qualificando como "insignificante" o número de doses administradas, o Presidente moçambicano recordou que o Governo pretende inocular cerca de 17 milhões de pessoas com mais de 15 anos, até ao final de 2022.

Terceira vaga

Filipe Nyusi assinalou que o país vive em plena terceira vaga do novo coronavírus, com o número de óbitos, infeções e internamentos muito superior ao do pico da segunda onda, que se registou entre janeiro e fevereiro e que foi mais severa do que a primeira.

"Em julho, registamos o maior número de casos, com 45.806 notificações, um número superior à soma do registado nos dois meses de pico da segunda vaga, que foi em janeiro e fevereiro, que foi um período carrasco", referiu Filipe Nyusi.

Ainda no último mês, prosseguiu, o país registou 555 óbitos, um número também superior à soma dos dois meses de pico da segunda vaga. "Estes números ilustram a gravidade da terceira vaga da pandemia. Moçambique perdeu artistas, desportistas, operários médicos, professores, comerciantes, mães e domésticas. É uma lista diária grave", salientou o chefe de Estado moçambicano.

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