Covid-19: Mais de 2.800 mortos e 88 mil casos em África
ms | Lusa | Reuters
19 de maio de 2020
O número de mortos da Covid-19 em África subiu hoje para os 2.834, com mais de 88 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Publicidade
Nas últimas 24 horas, o número de mortos subiu para 2.834, enquanto os infetados com o vírus passaram para 88.172, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC). O número total de doentes recuperados aumentou para 33.863.
O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença no continente, com 1.445 mortos e 28.106 infetados com Covid-19.
A África Ocidental regista 527 mortos e 24.755 infeções, enquanto a África Austral contabiliza 305 mortos e 17.752 casos, quase todos concentrados num único país: a África do Sul (16.443), que é o terceiro país com mais mortos (286).
Números nos PALOP
Entre os países africanos de expressão lusófona, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, tendo ultrapassado na segunda-feira os mil casos (1.032), e regista quatro mortos.
Cabo Verde tem 328 infeções e três mortos e São Tomé e Príncipe regista 246 casos e sete mortos. Moçambique conta com 145 doentes infetados e Angola tem 48 casos confirmados de Covid-19 e dois mortos.
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tem 522 casos positivos de infeção e seis mortos, segundo o África CDC, mas estes números não são atualizados há cerca de uma semana.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou já que o próximo epicentro da pandemia pode muito bem ser África, onde as medidas para conter o vírus são mais difíceis de aplicar.
Em todo o continente africano, há menos de uma cama de cuidados intensivos e um ventilador por cada 100.000 pessoas, de acordo com um inquérito revelado pela Reuters.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 316.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.