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Covid-19: Número de infeções sobe para 28 em Moçambique

Marina Oliveto | Lusa
15 de abril de 2020

Nas últimas 24 horas, mais sete pessoas foram confirmadas com a doença, e Governo moçambicano trabalha para mantê-las em quarenta. Em África, já são mais de 16 mil casos confirmados e 875 mortes.

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Foto: DW/Romeu da Silva

Apesar das medidas restritivas impostas pelo governo de Moçambique, o novo coronavírus está avançando pelo país. Com transmissões locais, sete novos casos foram confirmados nas últimas horas, elevando o número de infeções para 28. Dois pacientes conseguiram recuperar da doença.

O desafio das autoridades moçambicanas é fazer com que a população se mantenha em quarenta e evite aglomerações.

Em âmbito global, o presidente angolano João Lourenço integra uma comitiva de líderes africanos e europeus que assinarão um "Apelo à Ação” para o combate conjunto à pandemia.

O apelo está centralizado no apoio ao aumento da capacidade de resposta dos sistemas de saúde africanos, no encaminhamento de um pacote de estímulos económicos, na criação de uma iniciativa humanitária em África e no apoio para criação de um mecanismo de coordenação política e científica pan-africano.

Segundo o último balanço do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) na União Africana, já são registadas 16.185 infeções, 875 mortes causadas pela Covid-19 e 3.142 pessoas recuperadas da doença no continente.

Bissau vazia durante estado de emergência no paísFoto: DW/B. Darame

Poucos testes nos PALOP

Segundo as atualizações da CDC Africa, houve um avanço da doença nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) nas últimas horas. No total são 105 casos e três mortes registadas.

Moçambique tem uma população de pouco mais de 31 milhões de habitantes e somente 762 pessoas foram testadas para a Covid-19, das quais 28 tiveram resultado positivo. Os novos casos são todos de transmissão local.

Dentro de um universo de 32 milhões de angolanos, o país regista 19 casos confirmados da Covid-19 - mas somente 864 pessoas foram testadas para o novo coronavírus. Foram confirmadas duas mortes pela doença e outros dois pacientes recuperaram.

Na Guiné-Bissau, novos casos estão a surgir a cada dia. Com população de 1,9 milhão de pessoas, somente 95 testes foram realizados, entre os quais 43 detetaram infeções pelo novo coronavírus. Nenhuma morte foi registada e nenhum paciente está recuperado da doença.

No arquipélago de Cabo Verde - que tem população de mais de 500 mil pessoas - somente 100 testes foram realizados. Até o momento foram contabilizadas 11 infeções e uma morte.

Em São Tomé e Príncipe - um arquipélago com mais de 200 mil habitantes - quatro casos foram confirmados e a forma de infeção ainda está sob investigação. Os infetados estão em quarentena.

Estados Unidos apresentam novo recorde de mortesFoto: Getty Images/AFP/J. Eisele

Dúvidas nas restrições

Segundo um estudo publicado nesta terça-feira (14) pela revista Science, cinco cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, apontam que sem a criação de uma vacina ou de tratamento adequado para Covid-19, será necessário manter as medidas de isolamento social até 2022.

No mundo, já são 1.981.239 infeções confirmadas - com a morte de 126.681 pessoas e a recuperação de 486.622 infetados. Em termos estatísticos, são registados em média 254,79 casos da Covid-19 para cada milhão de habitantes.

Nas últimas 24 horas, houve nova quebra de recorde de mortes causadas pelo novo coronavírus nos Estados Unidos - 2.228 em um dia. As autoridades de saúde estavam otimistas com os resultados positivos dos últimos três dias, mas os números voltaram a subir.

Muitos americanos estão sendo submetidos a testes. O país tem 614.180 pessoas infetadas e contabiliza 26.06Mosambik1 - segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Na Alemanha, o otimismo também foi contido pelo aumento de infeções e mortes nas últimas 24 horas. Autoridades de saúde registam 132.210 pessoas infetadas e 3.495 mortes.

Trump em debate

A União Europeia lamentou a decisão dos Estados Unidos de suspender o financiamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando que "não há razão que justifique" esta atitude, sobretudo no atual contexto da pandemia de Covid-19.

Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, deplora a medida anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sustentando que "não há razão que justifique esta medida, numa altura em que os seus esforços são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia Covid-19".

"Apenas juntando forças podemos superar esta crise que não conhece fronteiras", completa o chefe da diplomacia europeia.

Donald Trump anunciou na terça-feira que vai suspender a contribuição do país à OMS, justificando a decisão com a "má gestão" da pandemia de covid-19.

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