Covid-19: Moçambique regista mais 1686 novos casos
Lusa
11 de julho de 2021
No mesmo dia em que o continente africano ultrapassou as 150 mil mortes provocadas pela Covid-19, Moçambique registou 15 mortes e 1686 novos casos da doença.
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Moçambique registou, este sábado (11.07), 15 mortes e novos máximos de infeções e internamentos relativos à covid-19, anunciou o Ministério da Saúde no boletim diário sobre a pandemia.
Nas últimas 24 horas o país registou 1.686 novos casos, a maioria em Maputo, onde a taxa de positividade foi de 46,8% (de um total de 2.137 testes realizados) - ou seja, quase um em cada dois testes foi positivo.
"O total de pacientes nos centros de internamento covid-19 e noutras unidades hospitalares passou para 351 pessoas, 74,1% na cidade de Maputo", acrescentou.
Nas últimas 24 horas houve 61 internamentos e 25 altas, lê-se no boletim.
Em Angola, os dados governamentais mostram que foram registados, estes sábado (10.07), mais 90 casos e um óbito, enquanto 114 pessoas recuperaram da doença.
Neste mesmo dia, a Guiné-Bissau registou mais seis casos de infeção. O número de vítimas mortais atribuidas a covid-19 no país, desde o início da pandemia, mantém-se nos 70. Atualmente, estão internadas devido à doença, nove pessoas.
Em Cabo Verde, foram registados, este sábado (10.07), 41 casos de pessoas infetadas pelo novo coronavírus. Houve também 56 pessoas que tiveram alta.
África ultrapassa 150 mil mortes
África regista 150.644 mortos devido à covid-19 e 5.880.212 casos de contágio desde o início da pandemia, segundo dados divulgados hoje pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
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Segundo a organização regional, África soma também 4.122.548 de recuperações desde o primeiro caso registado no continente, no Egito, em 14 de fevereiro de 2020.
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A África Austral continua a ser a região mais afetada do continente, com 2.773.185 casos e 75.975 óbitos associados à covid-19. Nesta região, encontra-se o país mais atingido pela pandemia, a África do Sul.
O Norte de África, que sucede à África Austral nos números da covid-19, atingiu os 1.682.410 infetados com o vírus SARS-CoV-2 e 49.351 mortes associadas à doença.
A África Oriental contabiliza 745.491 infeções e 15.726 mortos e a região da África Ocidental regista 493.841 mil casos de infeção e 6.523 mortes.
A África Central é a que tem menos casos de infeção e de mortes, 195.285 e 3.069, respetivamente.
A diretora da Organização Mundial de Saúde para África disse, esta semana, que o continente africano teve "a pior semana desde o início da pandemia", com uma subida de 20% dos casos, e avisou que a situação vai piorar.
Em conferência de imprensa, Matshidiso Moeti alertou que nos últimos sete dias até 4 de julho, o número de casos no continente africano subiu 20% e considerou que, devido à disseminação da variante Delta, a situação deve piorar, havendo 16 países em que o vírus está a ganhar terreno.
Covid-19 em Maputo: os sítios em que menos se cumpre o distanciamento social
Com o aumento dos casos positivos de Covid-19 em Maputo, crescem também as críticas aos espaços onde as medidas restritivas para conter a pandemia, como são o distanciamento social e regras de higiene, não são cumpridas.
Foto: Romeu da Silva/DW
Mercados, maiores focos
A propagação do novo coronavírus na cidade de Maputo está aumentar. Na capital moçambicana, os locais onde há menos distanciamento social são apontados como os maiores focos de propagação do vírus. Os mercados são um destes lugares, como podemos ver nesta imagem do mercado informal de "Xikeleni".
Foto: Romeu da Silva/DW
Filas nos bancos
O mesmo acontece nos bancos. O Presidente da República Filipe Nyusi criticou, na sua comunicação à nação, o atendimento neste serviço. Como mostra esta imagem, continua a ser comum as filas à porta dos bancos. As pessoas aglomeram-se não cumprindo o distanciamento de dois metros determinado pelo governo.
Foto: Romeu da Silva/DW
Cidadãos cansados
Também nas ATM o distanciamento social não é cumprido, algo que pode ser justificado com o desgaste dos cidadãos em ficar muito tempo na fila à espera da sua vez para levantar o dinheiro. Aqui, não é só o distanciamento que preocupa. Não existe também sabão para a lavagem ou desinfeção das mãos após a utilização da máquina.
Foto: Romeu da Silva/DW
Escolas
Também nas escolas, é difícil falar em distanciamento, apesar de chefe de Estado ter elogiado a postura destes estabelecimentos no combate à pandemia. No entanto, nos intervalos, as crianças continuam aos abraços, muitas vezes sem máscaras ou viseiras, o que pode propiciar a propagação do vírus.
Foto: Romeu da Silva/DW
Transportes coletivos
Diversos círculos sociais criticam os operadores dos transportes semicoletivos a quem acusam de estar a violar as orientações do governo, segundo as quais, em cada banco devem sentar-se apenas três pessoas. No entanto, e por causa da receita, alguns "chapeiros" violam a regra. A polícia municipal, ao que tudo indica, não está a conseguir controlar a situação.
Foto: Romeu da Silva/DW
Número de passageiros mantém-se
A mesma crítica estende-se aos chamados "Smart kikas" que continuam a transportar mais de cem pessoas, quando deviam reduzir para metade. Em Maputo, estes sãos os meios de transporte preferidos porque levam pessoas desde o centro da cidade até à periferia. Nas horas de ponta, o cenário de aglomeração é arrepiante. Não há desinfeção das mãos à entrada, nem mesmo do próprio autocarro.
Foto: Romeu da Silva/DW
Paragens sem distanciamento
Outro cenário muito comum na capital moçambicana são as filas, sem distanciamento, nas paragens de transporte semi-coletivo. O cenário piora quando chega o transporte, pois há "guerra" pelo assento, ninguém quer viajar de pé.
Foto: Romeu da Silva/DW
Terminais de autocarros
Os terminais são tidos também como focos de propagação do coronavírus. Nestes locais, desaguam diariamente vários "chapas" provenientes de quase toda a periferia. Ao já acentuado movimento de passageiros, juntam-se os vendedores informais, o que dificulta ainda mais o cumprimento do distanciamento social.
Foto: Romeu da Silva/DW
Fila numa padaria
Observamos também alguma falta de distanciamento nas filas para a compra de pão em algumas padarias de Maputo. No interior dos estabelecimentos, o controlo é eficaz, pois entra apenas um cliente de cada vez. Mas no exterior, a realidade é diferente como se pode ver nesta fotografia tirada no bairro da Malhangalene, fronteira entre a cidade de cimento e os bairros periféricos.
Foto: Romeu da Silva/DW
Difícil mas não impossível
Os supermercados são também estabelecimentos com muita procura. Para além do entra e sai, muitos dos clientes mexem nos produtos sem desinfetar as mãos. O distanciamento social é também um problema, no entanto, tem vindo a melhorar em muitos dos espaços. Aos fins de semana, os gestores preferem deixar alguns cliente de fora do estabelecimento para evitar aglomerados no interior.
Foto: Romeu da Silva/DW
Serviços públicos
Diariamente, são muitas as pessoas que precisam de se dirigir aos serviços públicos para tratar de assuntos variados. Às repartições de registo criminal, por exemplo, acorrem todos os dias muitos candidatos que procuram empregos nas instituições do estado. Apesar da afluência, a rapidez no atendimento acaba por minimizar o risco, e aumentar o distanciamento social.
Foto: Romeu da Silva/DW
Tradição inimiga da prevenção
As cerimónias familiares, por exemplo funerais, estão limitadas, atualmente, a 20 pessoas. No entanto, e porque culturalmente este tipo de eventos costuma ter muito mais gente, continuam a existir funerais com o dobro do número permitido.