As cinco novas infeções em Moçambique foram registadas na província de Cabo Delgado. Em Cabo Verde, mais duas pessoas foram contaminadas, elevando o número de doentes para 90. África regista mais de 1.300 mortes.
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O Ministério da Saúde de Moçambique informou este sábado (25.04) que cinco novos casos de Covid-19 foram registados no país. Com as novas infeções pelo coronavírus nas últimas 24 horas, sobe para 70 o número de contaminados.
Todos os novos cinco casos são de trabalhadores do acampamento da multinacional Total, em Afungi. O número se recuperados da doença mantém-se em nove e ainda não há registo de óbitos.
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Em Cabo Verde, o Ministério da Saúde anunciou este sábado dois novos casos de Covid-19 no arquipélago, elevando o total de infetados no país para 90. Das 60 amostras analisadas pelo Laboratório de Virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública, duas deram resultado positivo para Covid-19, na Praia e na localidade do Tarrafal, respetivamente nos extremos sul e norte da ilha de Santiago.
Os últimos resultados deram ainda negativo para 53 casos suspeitos, mas cinco - três na Praia e dois na Boa Vista - estão pendentes. "Todos os doentes de Covid-19 estão em isolamento e vem evoluindo sem sintomas ou com sintomas ligeiros", acrescenta o comunicado, assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.
Desde 18 de abril que está em vigor um segundo período de estado de emergência, mantendo-se suspensas as ligações interilhas e a obrigação geral de confinamento, além da proibição de voos internacionais.
Patrulhamento em São Tomé e Príncipe
Em São Tomé e Príncipe, forças policiais e do exército iniciaram esta sexta-feira (24.04) o patrulhamento em todo o país para fazer cumprir o recolher obrigatório imposto pelo Governo.
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"As medidas adotadas pelo Governo, tendo em conta a situação do novo coronavírus, referimo-nos concretamente ao recolher obrigatório a partir das 19:00, são de cumprimento obrigatório e queremos apelar à população para o seu cumprimento escrupuloso", disse aos jornalistas o comissário Isac Penhor.
Num decreto presidencial, o Presidente cabo-verdiano, Evaristo Carvalho, autorizou o ministro da Defesa e Ordem Interna, através do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, a "disponibilizar dois pelotões de militares das Forças Armadas para auxiliarem as forças e serviços de segurança na manutenção da ordem e no cumprimento da Constituição e das leis, durante o estado de emergência sanitária".
Mais de 1.300 mortes em África
Em África, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC África) regista 29.053 casos de Covid-19, além de 1.331 mortos. Mais de 8.300 pacientes já se recuperaram.
No mundo, o número de infetados pelo novo coronavírus já ultrapassou os 2,8 milhões e provocou a morte de mais de 197.000 pessoas. Estes dados são da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América. Pelo menos 766.300 desses casos são considerados curados.
Os EUA tem o maior número de mortes e casos associados à Covid-19 no mundo. Os últimos dados apontam para 51.949 mortos e 905.333 casos diagnosticados.
De capulanas a máscaras: alfaiatarias de Moçambique inovam em tempos de Covid-19
Em Moçambique, a grande procura levou muitas pessoas a investirem na produção e no comércio de máscaras faciais feitas de capulana.
Foto: DW/R. da Silva
As máscaras de capulana
As pessoas procuram pelas máscaras na tentativa de conter a propagação do coronavírus no país. O uso da máscara é também uma recomendação do Governo e, em alguns casos, obrigatório. As müascaras feitas de capulana estão a ganhar o mercado, conquistar os clientes e render um bom dinheiro.
Foto: DW/R. da Silva
Nova utilidade da capulana
É a capulanas como estas que muitos produtores recorrem para fabricar o seu mais novo produto: máscaras faciais. A capulana passou a ter mais esta utilidade por causa do coronavírus. O preço da capulana continua a ser o mesmo, custando entre o equivalente a 1,20 a pouco mais de 4 euros, dependendo da qualidade.
Foto: DW/R. da Silva
Tradição em capulanas
Na baixa de Maputo, a "Casa Elefante" é uma das mais antigas casas de venda de capulana da capital moçambicana. Vende variados tipos do produto. São muitas as senhoras que se deslocam ao local para a compra deste artigo para a produção das máscaras. As casas de venda de capulana passaram a ter muita afluência para responderem à grande procura pelos artigos por causa do coronavírus.
Foto: DW/R. da Silva
Produção caseira
Esta alfaiataria caseira funciona há cerca de 15 anos, em Maputo. Antes, a proprietária dedicava-se a costurar uniformes escolares. Por causa do coronavírus, passou a investir mais na produção de máscaras. Ela vende aos informais a um preço de 0,20 euros cada unidade.
Foto: DW/R. da Silva
Aproveitar a demanda
A alfaiataria da Luísa e da Fátima dedica-se à produção de vestuário de noivas e não só, mas também à sua consertação. Quando começou a procura pelas máscaras de produção com recurso à capulana, as duas empreendedoras tiveram que redobrar os esforços para produzi-las sem pôr em causa a confecção habitual. O rendimento diário subiu de cerca de 40 euros para 60 euros, dizem.
Foto: DW/R. da Silva
Produção a todo o vapor
Estes alfaiates, no mercado informal de Xiqueleni, costumam dedicar-se ao ajustamento de roupas de segundam mão, compradas no local. Mas devido à intensa procura pelas máscaras, dedicam a maior parte do tempo a produzir estes protetores faciais à base da capulana. Também eles estão a aproveitar a grande demanda pelo acessório.
Foto: DW/R. da Silva
Informais a vender máscaras
Desde que o Governo determinou a obrigatoriedade do uso de máscaras nos transportes e aglomerações, há pouco mais de uma semana, muitos vendedores informais, mulheres e homens, miúdos e graúdos compraram-nas para a posterior revenda. Um dos principais locais para a venda ao consumidor final são os terminais rodoviários.
Foto: DW/R. da Silva
Máscara para garantir a viagem
Os maiores terminais rodoviários, como por exemplo a Praça dos Combatentes, são os locais de aglomerados populacionais e onde muitos cidadãos acorrem para comprar as máscaras caseiras. Quando um passageiro não tem a máscara, sabe que pode encontrar o produto sem ter que percorrer longas distâncias e garantir o embarque nos meios de transporte.
Foto: DW/R. da Silva
Grande procura em Maputo
Neste "Tchova", carrinho de tração humana, há vários artigos. Os clientes estão a apreciar as máscaras, e não só, que o vendedor informal exibe. Os clientes referem que compram as máscaras não só para evitar a propagação do coronavírus, mas também porque os "chapeiros" exigem o uso das mesmas, sob pena de não permitirem a viagemm de quem não tiver o acessório.
Foto: DW/R. da Silva
Bons rendimentos
Os vendedores informais aproveitam a muita procura pelas máscaras caseiras para juntar ao seu habitual negócio. Jorge Lucas, além de vender acessórios de telefones, diz que "há muita procura" pelas máscaras feitas de capulana e que este negócio está a render "qualquer coisa como 20 euros por dia".
Foto: DW/R. da Silva
Quase 20 euros por dia
António Zunguze vende uma máscara pelo valor equivalente a 0,80 euros. Por dia, diz que consegue levar para casa o equivalente a quase 20 euros e explica que a procura é muita nos mercados informais. António compra as máscaras nas alfaiatarias e vai, posteriormente, revendê-las nos terminais de semi-coletivos.
Foto: DW/R. da Silva
Propaganda, "a alma do negócio"
Este jovem montou um megafone para anunciar que, além das sandálias, já tem igualmente máscaras para a venda. Na imagem, as máscaras podem ser vistas no topo da sombrinha e o megafone instalado no muro. O jovem refere que na sua banca não tem havido muita procura, mas acredita que melhores dias virão.
Foto: DW/R. da Silva
Máscaras até nos salões de beleza
Alguns salões de beleza também não perderam a oportunidade e estão a revender as máscaras. Neste salão, já não há clientes devido ao período de restrições para conter a propagação do coronavírus. O salão também investe na venda de máscaras feitas de capulana.