Covid-19: Moçambique deverá crescer 0,2% este ano, diz Fitch
Lusa
23 de agosto de 2020
Consultora Fitch Solutions estima que, apesar dos efeitos negativos da pandemia e da descida dos preços das matérias-primas, Moçambique registará, este ano, um crescimento de 0,2%. Angola com contração de 4%.
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À semelhança do que já havia sido avançado também pelo FMI, em junho deste ano, a consultora Fitch Solutions considerou, este domingo (23.08), que Moçambique conseguirá evitar uma recessão este ano. Será o único país da África Austral a conseguir crescer.
"A Fitch Solutions antecipa que a África Austral seja a sub-região africana com o mais fraco desempenho económico na África subsaariana, quer em 2020, quer em 2021", lê-se numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.
No relatório, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings estimam um crescimento de 0,2% este ano em Moçambique, o único país que vai conseguir evitar um crescimento negativo devido aos efeitos da pandemia da covid-19 e à descida dos preços das matérias-primas, nomeadamente o petróleo.
Os analistas dizem que o crescimento de 0,2% antecipado para este ano é, ainda assim, "o mais baixo das últimas três décadas" e argumentam que a quebra de 3,3% no segundo trimestre deste ano deverá ser compensado com a atividade no segundo semestre, com o levantamento das medidas de distanciamento social.
"A nossa previsão central é que a ausência de um confinamento total, em conjunto com investimentos robustos no seguimento dos ciclones de 2019 e o desenvolvimento do setor do gás natural liquefeito, será suficiente para manter o crescimento em território positivo em 2020", aponta a Fitch Solutions.
"Em 2021 o crescimento económico deverá acelerar para 3,6%, e o regresso das pessoas aos mercados deverá garantir mais lucros e investimentos na indústria dos serviços e do comércio", concluem os analistas.
Angola com contração de 4%
Por outro lado, Angola, tal como a África do Sul, a economia mais industrializada da região, deverão ficar em território negativo este ano.
"Antevemos que o crescimento em Angola, a terceira maior economia da África Austral em termos de PIB nominal, seja desapontante, com o país a dever passar pelo quinto ano consecutivo de recessão", apontam os analistas, vincando que "o setor petrolífero continuará a ser o principal responsável pela atividade económica, e os preços baixos do petróleo, a falta de grandes novos investimentos no setor e o cumprimento das metas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vão implicar declínios na produção, quer em 2020, quer em 2021".
Assim, a Fitch Solutions estima uma contração económica de 4% este ano e uma ligeira recuperação de 0,8% no próximo ano para este país lusófono.
Covid-19: Cuidados de higiene em áreas de risco
Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.