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Covid-19: Números recorde e alertas nos PALOP

mjp | Lusa
27 de junho de 2020

Cabo Verde e Angola bateram recordes nos números diários. Moçambique aguarda instruções de Filipe Nyusi. Na Guiné-Bissau, responsável pela luta contra a pandemia diz que o país deve preparar-se para um aumento de casos.

Mosambik Pemba | Coronavirus | Kampf gegen Covid-19
Foto: DW/D. Anacleto

Cabo Verde registou este sábado mais duas mortes associadas ao coronavírus, aumentando os óbitos para 12 no país, no dia em que anunciou mais 64 casos, o maior número diário, informou o Ministério da Saúde.

Em comunicado, o Ministério informou que o país registou mais dois óbitos, um na ilha do Sal, o terceiro em duas semanas, e outro na cidade da Praia, elevando o número de mortes para sete na capital cabo-verdiana. Os restantes dois óbitos foram registados nas ilhas da Boa Vista (um) e de São Vicente (um), este último na sexta-feira à tarde.

No mesmo comunicado, a tutela da Saúde de Cabo Verde adiantou que os dois laboratórios do país analisaram 286 amostras, tendo 64 dado resultado positivo, o maior número diário no país até agora, mais 10 do que o anterior recorde. O país passa a contabilizar um total acumulado de 1.091 casos.

Também Angola bateu um recorde a fechar a semana: contabilizou na sexta-feira mais 32 casos de Covid-19, o maior registo de sempre, elevando para 244 o total de infeções do país, anunciou o secretário de Estado para a Saúde Pública. Angola soma dez óbitos pela doença.

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Luanda concentra a quase totalidade dos novos casos (28), tendo os restantes quatro sido registados no Cuanza Norte, as únicas províncias com infetados até ao momento, adiantou Franco Mufinda. O secretário de Estado sublinhou que é preciso "aceitar que a doença existe, é de fácil transmissão e mata" e apelou ao acatamento das medidas de cumprimento obrigatório (uso de máscara, distanciamento social e lavagem das mãos).

Já este sábado (27.06), perante o aumento do número de casos, o Presidente João Lourenço admitiu a possibilidade de recuar nas medidas de desconfinamento.

A aguardar instruções do PR Filipe Nyusi

Já Moçambique registou, nas últimas 24 horas, mais 23 infeções pelo novo coronavírus, que elevam o total de 816 para 839 casos positivos, mantendo-se com cinco óbitos, anunciou o Ministério da Saúde, este sábado. "Os novos casos são todos de nacionalidade moçambicana", disse o diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ilesh Jani, falando durante a conferência de imprensa de atualização de dados sobre a pandemia no Ministério da Saúde, em Maputo.

Os novos casos estão distribuídos pelas províncias de Cabo Delgado (02), Nampula (18), Zambézia (01), Cidade de Maputo(01) e Gaza (01).

As províncias de Nampula e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, são as que registam o maior número de infeções pelo novo coronavírus, com 253 e 146 casos ativos, respetivamente.

Filipe Nyusi vai falar à nação este domingo (28.06)Foto: DW/A. Sebastião

Moçambique vive em estado de emergência desde 1 de abril, prorrogado por duas vezes até 29 de junho. O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, apresenta no domingo uma declaração à nação sobre o estado de emergência, segundo um comunicado da Presidência moçambicana distribuído este sábado à comunicação social. 

Estão em vigor várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos essenciais para tratar.

Guiné-Bissau deve preparar-se para aumento

"A Guiné-Bissau deve preparar-se para um aumento de casos e vítimas da Covid-19": o alerta foi lançado este sábado pela Alta Comissária para a Luta Contra a Covid-19, Magda Robalo, que frisou não estar a alarmar as pessoas, mas a alertar e consciencializar sobre os perigos.

A responsável falava no aeroporto internacional de Bissau, onde o Governo guineense recebeu 23 profissionais de saúde cubanos que vão ajudar o país africano no combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, que já infetou mais de 1.600 guineenses, incluindo 22 mortos, desde março.

Os oito médicos, 10 enfermeiras e enfermeiros intensivistas, dois técnicos de laboratório, um técnico em eletromedicina, um logístico e um chefe da equipa fazem parte da 36.ª brigada internacionalista cubana.

Magda Robalo referiu que a vinda da equipa médica cubana "é mais uma demonstração de solidariedade e cooperação" existentes entre a Guiné-Bissau e Cuba, "numa relação de longa data". A responsável guineense, que distribuiu ramos de flores a cada um dos 23 especialistas cubanos assim que saíram do avião, enalteceu a cooperação de Havana numa altura em que, disse, a pandemia da Covid-19 se alastra no país.

Também presente no momento da chegada dos especialistas cubanos, o representante da Organização Mundial da Saúde Jean-Marie Kipela considerou que a Guiné-Bissau "precisa de esforços adicionais", nomeadamente de especialistas na área clínica da gestão da Covid-19.

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