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Covid-19: Nyusi anuncia recolher obrigatório em Maputo

gcs | Lusa
4 de fevereiro de 2021

A capital é o epicentro da pandemia de Covid-19 em Moçambique. O recolher obrigatório noturno vigorará todos os dias durante um mês na área metropolitana de Maputo. Locais de culto vão encerrar e Moçambola será suspenso.

Foto: DW/B. Jequete

"Não fomos muito agressivos", começou por explicar o Presidente moçambicano durante uma comunicação à nação esta quinta-feira (04.02). O recolher obrigatório "não deve ser entendido como um confinamento total ou 'lockdown'", como noutros países, disse Filipe Nyusi.

A medida vigorará entre as 21h00 e as 04h00 em Maputo, Matola, Marracuene e Boane.

"Às 21h00, normalmente as pessoas já estão a dormir. Então, nós queremos que fiquem dentro, não queremos pessoas na rua. Durante todos os dias da semana, por um período de 30 dias."

Escolas paradas, cultos e jogos suspensos

Esta é apenas uma de uma série de 20 restrições anunciadas esta quinta-feira por Filipe Nyusi, para fazer face ao aumento das infeções por coronavírus, sobretudo depois de ter sido detetada uma nova estirpe, mais contagiosa.

Em geral, serão mantidas as restrições já em vigor no âmbito do estado de calamidade. Outras serão reforçadas ou ajustadas.

Os locais de culto terão de encerrar e serão interditas celebrações religiosas, conferências, reuniões e eventos sociais privados. O Presidente da República anunciou também o adiamento das aulas presenciais em todos os níveis de ensino, reforçou que é proibida a venda de bebidas alcoólicas em barracas e determinou a suspensão dos jogos do campeonato nacional de futebol, o Moçambola, a partir de 8 de fevereiro. São também proibidos jogos recreativos e de escalões amadores.

Apelo para salvar vidas

Filipe Nyusi apelou a todos os moçambicanos que cumpram as medidas de prevenção, para travar a propagação da doença e aliviar a pressão nos hospitais.

Ao todo, já foram registados em Moçambique quase 42.500 casos de coronavírus desde o início da pandemia de Covid-19. Segundo o chefe de Estado, na área metropolitana de Maputo, "estamos a atingir o limite máximo da capacidade de acompanhamento de contactos e de internamento dos doentes que padecem desta doença."

Na comunicação desta quinta-feira, o Presidente moçambicano sublinhou ainda que haverá tolerância zero para quem não cumprir as regras: "Não toleraremos situações de afronta que periguem a vida de um único moçambicano", avisou.

As medidas anunciadas por Filipe Nyusi entram em vigar às 00h00 de sexta-feira, 5 de fevereiro, e vão durar um mês. No entanto, o chefe de Estado não exclui o agravamento das restrições.

"É hora de lutarmos pela nossa sobrevivência coletiva", concluiu.

Por fim, Nyusi prometeu aumentar o número de camas hospitalares e equipar as unidades de saúde com mais material de proteção individual, além de implementar testes rápidos nas urgências onde há registo do maior número de casos de Covid-19.

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