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Covid-19: OMS queixa-se de fraco investimento em testes

Lusa | mc
20 de agosto de 2020

OMS entende que uma das razões pelas quais o coronavírus não foi travado é porque a aposta em testes é insuficiente. Uma maior massificação dos testes iria facilitar o isolamento dos infetados, assim como o rastreamento.

Kenia Corona-Pandemie
Foto: Getty Images/AFP/T. Karumba

Nesta quarta-feira (19.08), o diretor das Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, lamentou o seguinte: "Estamos a gastar milhares de milhões de dólares em estímulos fiscais, a colocar grandes quantias de dinheiro para mitigar o impacto deste vírus, mas não temos investido coletivamente no processo de diagnosticar, rastrear contactos e colocá-los em quarentena". 

Afirmou ainda que cada dólar investido nessas medidas teria evitado muitos prejuízos económicos.

"Não investimos o suficiente na arquitetura de saúde pública e nos profissionais de saúde. Não investimos o necessário nessa parte da equação", insistiu o médico, um dos principais nomes da OMS na luta contra a pandemia.

Como parte dessa reflexão, Ryan considerou que os testes, quarentenas e rastreamento de contacto serão "uma parte extremamente importante da próxima fase" da luta contra o coronavírus, que continua a espalhar-se pelo mundo.

Mike Ryan lembrou que os países que se concentraram nessas medidas - principalmente na Ásia - conseguiram conter as infeções de maneira eficaz.

Falta envolvimento comunitário

 Mike RyanFoto: picture-alliance/KEYSTONE/S. Di Nolfi

Ryan disse que também havia falta de investimento "em educação e envolvimento da comunidade", o que hoje tornaria mais fácil para as pessoas aceitarem estratégias como o uso de aplicações de telemóvel para rastrear contactos.

"Se as pessoas não participam e não querem dar os seus dados de contacto, é obviamente porque têm algum receio de como essas informações serão utilizadas. Portanto, estamos diante de um problema de confiança", disse o especialista.

Ryan incentivou os governos a "trabalharem duro" para construir a confiança necessária em que os cidadãos se sintam confortáveis em fornecer informações pessoais a serem contactadas no caso de mais tarde ficarem a saber que estiveram em um lugar que tenha sido uma fonte de contaminação.

John NkengasongFoto: Getty Images/M. Tewelde

África vai aumentar a testagem

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças africano (África CDC), John Nkengasong, apresentou esta quinta-feira (20.08) uma nova meta de realização de testes, colocando como objetivo ter 20 milhões de africanos testados até novembro. 

"Até hoje já testámos mais de 10 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 7,9% face à última semana, e lançamos hoje uma nova meta de 20 milhões de testes até princípio de novembro para capitalizar os ganhos que estamos a ter em resultado dos testes feitos pelos países, da utilização de máscaras, da lavagem das mãos e do distanciamento social", anunciou o responsável. 

 

 

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