1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Covid-19: ONG denuncia violência policial na Guiné-Bissau

Lusa | kg
16 de maio de 2020

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou o espancamento de uma mulher que estava na varanda de sua casa. A vítima foi internada em estado grave. Em Angola, jovem é morto por um polícia por não usar máscara.

Soldado caminha numa avenida em Bissau
ONG denuncia violência policial na Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou mais um espancamento de um cidadão da Guiné-Bissau pelas forças de segurança. Num comunicado divulgado esta sexta-feira (15.05), a organização não-governamental guineense criticou o que considera ser o "silêncio cúmplice" da hierarquia em relação aos "atos ilegais e abusivos".

De acordo com a denúncia, uma mulher foi espancada na quarta-feira (13.05) em Bafatá, nordeste do país. A mulher encontrava-se na varanda da sua casa, quando recebeu ordens das forças de segurança para abandonar o local. "Na tentativa de resistir a esta ordem abusiva e ilegal", a mulher foi "brutalmente espancada pelo referido grupo das forças de segurança", diz o comunicado.

A mulher foi internada no hospital regional de Bafatá devido à gravidade dos ferimentos. "Este é apenas mais um caso de vários outros, que consubstanciam em atos ilegais e abusivos perpetrados pelas forças de segurança contra os cidadãos, no quadro da fiscalização do cumprimento das medidas decretadas no âmbito do estado de emergência em vigor no país", refere a ONG.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos lamenta o "silêncio cúmplice da hierarquia da corporação das forças de segurança perante atos sistemáticos de violações graves dos direitos humanos, sem que sejam acionados os mecanismos de responsabilização disciplinar e criminal".

"É urgente inverter esta tendência negativa, adotando padrões de policiamento democrático, assente no equilíbrio entre a garantia da ordem e a tranquilidade pública e o respeito escrupuloso pela dignidade da pessoa humana", salienta a organização não-governamental.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos sublinha também que uma "corporação policial que espezinha os direitos humanos transforma-se ela própria numa ameaça à paz e tranquilidade pública".

A polícia de Angola está a usar de violência para cumprir o estado de emergênciaFoto: AFP/O. Silva

Violência policial em Angola

Em Angola, um adolescente foi morto por um soldado das Forças Armadas Angolanas (FAA) por alegadamente se insurgir contra o uso de máscara, anunciou esta sexta-feira o Ministério do Interior angolano. Segundo um comunicado da delegação provincial do Ministério em Lunda Norte, o homicídio ocorreu no município de Xá-Muteba.

Um rapaz de 17 anos foi baleado por, alegadamente, se insurgir contra o soldado durante uma ação de sensibilização para o uso de máscaras, como medida preventiva contra a pandemia da Covid-19.

Em retaliação, a esquadra local foi vandalizada pela população, que queimou "alguns meios que lá se encontravam", acrescentou o Ministério do Interior. O autor do disparo, um soldado das FAA pertencente à 75.ª Brigada de Infantaria do Luzamba, "já se encontra a contas com a Justiça", adiantou a nota.

Nos últimos dias, dois jovens foram mortos pela polícia angolana em tentativas de dispersão de aglomerações. Na quinta-feira (14.05), um jovem de 14 anos foi vítima de um disparo da polícia, quando dispersava populares na praia das Tombas, em Benguela. No sábado passado (09.05), um outro jovem, de 21 anos, morreu na sequência de disparos efetuados por efetivos policiais para dispersar um ajuntamento de pessoas na zona do Rocha Pinto, em Luanda.

De acordo com a polícia, os cidadãos "partiram para agressão contra as forças da ordem, arremessando paus, pedras e garrafas", mas familiares do jovem alegam ter sido morto, porque não estava a usar máscara.

A polícia angolana tem sido acusada de uso excessivo de força durante o estado de emergência, que Angola cumpre desde 27 de março.

Saltar a secção Mais sobre este tema
Saltar a secção Manchete

Manchete

Saltar a secção Mais artigos e reportagens da DW