1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Moçambique: ONG pede anulação de ano letivo

Lusa | mc
20 de julho de 2020

Em Moçambique, CIP sugere a anulação do ano letivo no âmbito da Covid-19. Diz que Governo deve desenhar um plano detalhado para intervenções mais profundas nas escolas para evitar uma contaminação massiva.

Mosambik Maputo | Leere Schulklasse
Foto: DW/R. da Silva

A organização não-governamental Centro de Integridade Pública (CIP) sugeriu esta segunda-feira (20.07) que o Governo moçambicano avalie a possibilidade de anulação do ano letivo para garantir que se criem condições para uma reabertura segura das escolas face à Covid-19. 

"O Governo deve avaliar um possível cancelamento do ano letivo 2020, de modo a que o segundo semestre sirva para efetuar as melhorias possíveis para um retorno mais seguro em 2021", lê-se numa nota da organização. 

No início deste mês, o Governo moçambicano anunciou que vai gastar 3,5 mil milhões de meticais (44 milhões de euros) na reorganização das escolas, para a sua reabertura faseada face aos riscos impostos pela Covid-19.

"Este valor vai ser destinado à reabilitação e reposição de sistemas de abastecimento de água e saneamento nas escolas, internatos e centros de formação", disse, na ocasião, o ministro das Obras Publicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, após uma sessão do Conselho de Ministros, em Maputo.

Sede do CIP em Maputo, MoçambiqueFoto: DW/R. da Silva

Condições no regresso

Para o CIP, o Governo moçambicano deve desenhar um plano detalhado para intervenções mais profundas nas escolas, alertando que a estrutura atual do sistema de ensino não garante que apenas a reabilitação e a reposição de infraestruturas de água e saneamento sejam suficientes para evitar uma contaminação massiva.

"O CIP é de opinião que há necessidade de se retornar às aulas presencias e à vida normal, mas este retorno não deve ser à custa do maior valor que um ser humano pode ter, a vida", observa a ONG.

A ONG não está sozinha nesta opinião. Na semana passada, pais e entidades ouvidas pela DW na província de Gaza pediram o mesmo, apelando ao Governo para não usar "as crianças como teste".

Escolas mantêm-se fechadas

Filipe Nyusi, Presidente de MoçambiqueFoto: DW

A reabertura das escolas, encerradas desde 01 de abril no âmbito do estado de emergência, estava prevista para 27 de julho, mas o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, recuou na última semana, avançando que as escolas do país vão permanecer fechadas enquanto não houver condições de higiene.

No ensino público, Moçambique conta com um total de 13.337 escolas primárias e 677 escolas secundárias, segundo dados oficiais.

Desde o anúncio do primeiro caso no país, em 22 de março, o país conta com um total de 1.491 infeções, com 10 mortes e 472 recuperados.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 601 mil mortos e infetou mais de 14,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Covid-19: Governo investiga aumento de infeções em Pemba

02:34

This browser does not support the video element.