Ainda há escolas fechadas em Quelimane, província moçambicana da Zambézia, sem condições sanitárias. A situação preocupa alunos e encarregados de educação, porque os exames aproximam-se.
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O Governo moçambicano desembolsou dinheiro para melhorar as condições de higiene e limpeza nos estabelecimentos de ensino no país. A intenção era permitir um reinício seguro das aulas presenciais nas escolas públicas, em outubro, principalmente para classes com exame.
Mas, na cidade de Quelimane, província central da Zambézia, ainda há escolas fechadas por falta de condições sanitárias.
"Não temos casas de banho, latrinas, nem baldes para lavar as mãos", afirma um aluno da 10ª classe na Escola Secundária 07 de Abril de Maquival em entrevista à DW África.
"Não sabemos como faremos o exame. Há três dias, fomos à escola e não nos deram qualquer informação."
Enquanto esperam pelo reinício das aulas, muitos optam por trabalhar no comércio informal. Os alunos dizem que, para além da falta de condições de higienização das escolas, há professores que ainda não se apresentaram ao serviço.
"Não sabemos o que está a acontecer com eles", afirma outro jovem.
Encarregados de educação agastados
Os pais e encarregados de educação também se mostram preocupados, tanto mais que há alunos com exames escolares finais previstos para fevereiro do próximo ano.
Para Superior Eugénio, "é muito triste" que algumas escolas em Quelimane já estejam a ter aulas presenciais e outras não.
"Não se sabe como será feito o exame, os alunos não estão a ver nenhum conteúdo", alerta.
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Carimo Mamudo, outro encarregado de educação, apela às autoridades para terminarem terminar a "construção dos sanitários, para ver se a situação se minimiza em dezembro e se as aulas arrancam".
"Não sei como a gestão está a ser feita, como é que o trabalho está a decorrer, é lamentável isso."
Contactada pela DW África, a direção da Escola Secundária 07 de Abril de Maquival não quis comentar o assunto, alegando falta de autorização dos serviços distritais de Educação, Juventude e Ciências de Quelimane.
Condições mínimas
Em setembro, o diretor dos Serviços Distritais de Educação, Rijone Bombino, garantiu que estavam reunidas as "condições mínimas" para a retoma das aulas presenciais em todas as escolas secundárias de Quelimane.
O dirigente reconheceu, no entanto, que ainda havia escolas que precisavam do "melhoramento e ampliação dos sanitários".
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Como manter os cuidados de higiene em campos de refugiados e bairros de lata é um grande desafio na pandemia. Mas alguns países e organizações estão a lutar para manter esses locais seguros e limpos.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Zâmbia
Algumas pessoas ficam semanas sem acesso à água potável em muitas partes do mundo. O vale de Gwembe foi profundamente afetado pela seca nos últimos dois anos. Atualmente, o UNICEF está a apoiar a reabilitação e a perfuração de 60 poços para reforçar a lavagem das mãos nos pontos de distribuição de água durante a pandemia do novo coronavírus.
Foto: UNICEF/UNI308267/Karin Schermbrucker
Quénia
Várias estações de água foram instaladas em locais públicos do Quénia para fornecer a água limpa à população. Em Nairobi, para impedir a propagação da Covid-19, um menino segue as instruções de como lavar as mãos adequadamente numa estação de água em Kibera.
Foto: UNICEF/UNI322682/Ilako
Iémen
O Iémen abriga cerca de 3,6 milhões de pessoas deslocadas internamente. Com grande parte do seu sistema de saúde e saneamento destruído pela guerra, esses deslocados são altamente vulneráveis ao novo coronavírus. Voluntários treinados pelo UNICEF estão a orientar a população sobre como evitar que a doença se espalhe.
Foto: UNICEF/UNI324899/AlGhabri
Síria
A Síria enfrenta um problema semelhante ao entrar no seu décimo ano de guerra. Milhões de sírios vivem em campos de refugiados, como o campo de Akrabat, perto da fronteira com a Turquia. Para explicar às famílias sobre os riscos do coronavírus, os funcionários da ONU visitam os campos e usam bonecos feitos à mão para falar sobre os perigos da Covid-19.
Foto: UNICEF/UNI326167/Albam
Filipinas
Os efeitos a longo prazo dos desastres naturais também são um fator de risco. Nas Filipinas, as casas de banho públicas, como as vistas aqui, num centro de evacuação na cidade de Tacloban, tornaram-se um terreno fértil para a propagação do vírus. O saneamento tornou-se ainda mais crucial. A região sofre com os efeitos posteriores do tufão Haiyan há anos.
Foto: UNICEF/UNI154811/Maitem
Jordânia
Kafa, de 13 anos, volta à caravana da sua família carregando um grande recipiente de plástico cheio de água que ela acabou de coletar num ponto de abastecimento comunitário. As mulheres no maior campo de refugiados da Jordânia agora estão a fabricar sabão com materiais naturais para as famílias necessitadas.
Foto: UNICEF/UNI156134/Noorani
Índia
Na Índia, as pessoas são incentivadas a costurar máscaras em casa. Isso também gera dinheiro, especialmente para mulheres que vivem em áreas rurais. Estas mulheres costuram máscaras no centro de Bihar, na GOONJ, uma ONG situada em vários estados indianos, que disponibiliza socorro, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário.
Foto: Goonj
Bangladesh
Voluntários de vários grupos de pessoas com deficiência também se envolvem ativamente na distribuição de desinfetantes pela cidade de Dhaka. Roman Hossain distribui desinfetantes e informa outros membros da sua comunidade sobre a importância de lavar as mãos regularmente.
Foto: CDD
Guatemala
Há uma necessidade urgente de reduzir os impactos da crise da Covid-19 em Huehuetenango, na Guatemala, para além da crise alimentar já existente, causada pela seca de 2019. As comunidades indígenas esperam todos os dias para coletar seus alimentos e kits de higiene básica, onde também obtêm informações e recomendações para prevenir a Covid-19 nos idiomas locais.