1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Covid-19: Pessoas com SIDA recebem medicamentos em casa

16 de abril de 2020

Rede Angolana das ONGs de Luta Contra o HIV/SIDA lança projeto para apoiar seropositivos no âmbito da pandemia do novo coronavírus. Covid-19 é especialmente letal para pessoas com sistema imunológico fragilizado.

Protest gegen HIV in Luanda
Foto: DW/M. Luamba

A Rede Angolana das Organizações Não-Governamentais de Luta Contra o HIV/SIDA (ANASO) está empenhada na proteção dos seropositivos durante a pandemia da Covid-19. Em Angola, há mais de 300 mil cidadãos a viver com HIV/SIDA. Francisco Simões, secretário executivo da ANASO, explica que "neste momento, as pessoas vivendo com HIV estão em casa” e reforça que é lá que se devem manter para se protegerem da Covid-19.

Além dos idosos, hipertensos, diabéticos, pessoas afetadas por tuberculose e outras doenças, pessoas que vivem com o HIV/SIDA fazem parte do grupo de risco para o contágio do novo coronavírus.

Assim que surgiram os primeiros casos de infeção na China, em dezembro, especialistas das Nações Unidas lançaram o alerta sobre os possíveis riscos que o vírus poderia representar para os doentes com SIDA - que têm sistemas imunitários enfraquecidos.

Em Angola, 300 mil cidadãos vivem com HIV/SIDAFoto: DW/Borralho Ndomba

Medicamentos ao domicílio

Instados a respeitar as regras do estado de emergência em vigor no país, os angolanos a viver com HIV-SIDA não podem descuidar da medicação regular. Segundo os especialistas, os seropositivos que não são tratados com medicamentos antirretrovirais correm um maior risco de contrair infeções – e podem estar em maior risco de contrair a Covid-19.

Para garantir a continuidade do acesso aos cuidados de saúde a estes cidadãos, a ANASO lançou o projeto "Corrente da vida", começando por identificar quem precisa de apoio. Francisco Simões explica que é obrigação das organizações cadastrar as pessoas que vivem com HIV/SIDA nas suas comunidades: "Depois de cadastradas, as vão identificar as unidades sanitárias onde essas pessoas são acompanhadas, onde essas pessoas levantam a medicação, e os médicos que os acompanham".

A organização tem trabalhado com o Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA e as entidades sanitárias angolanas na entrega dos medicamentos ao domicílio. Basta contatar a rede, quer em Luanda, quer nas outras 17 províncias. Francisco Simões assegura que o "projeto já começou" e que as pessoas já começaram a receber os medicamentos em casa.

Profissionais de saúde lutam contra a pandemia em AngolaFoto: DW/A. Domingos

Isolamento social para todos

Angola registou até esta terça-feira (14.04) cinco casos recuperados de Covid-19 e continua com duas mortes resultantes de 19 infecções diagnosticadas positivas.

De acordo com Franco Mufinda, secretário de Estado para saúde pública, mais de 300 equipas trabalham nas comunidades todos os dias, para constatar eventuais casos suspeitos. Enquanto isso, o governante apela à observância do estado de emergência, que está agora na segunda fase.

A Comissão Interministerial continua a visitar as províncias angolanas para avaliar o grau de prontidão para dar resposta à pandemia.

Em Luanda, a Rede Angolana das Organizações Não-Governamentais de Luta Contra o HIV/SIDA capacitou 200 atores comunitários sobre a Covid-19, visando uma "maior sensibilização local". O projeto conta com 25 brigadas comunitárias que vão desenvolver nos nove municípios ações integradas de sensibilização em saúde para melhorar a informação", bem como "o conhecimento das pessoas, famílias e comunidades sobre as medidas de prevenção contra a Covid-19".

Saltar a secção Mais sobre este tema