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SaúdeGlobal

Covid-19: Pessoas podem voltar a contrair e espalhar vírus

Reuters | AFP | nn
14 de janeiro de 2021

Cidadãos que contraíram o novo coronavírus podem desenvolver imunidade durante pelo menos cinco meses, embora haja evidência de que essas mesmas pessoas podem voltar a apanhar e espalhar o vírus causador da Covid-19.

Foto: Yanick Folly/AFP/Getty Images

Conclusões preliminares da Escola de Saúde Pública de Inglaterra (PHE, na sigla em inglês) mostram que as reinfeções em pessoas que têm anticorpos para a Covid-19 por terem desenvolvido infeção prévia são raras, com apenas 44 casos entre 6.614 pessoas de uma amostra em estudo.

No entanto, os investigadores alertam que as descobertas sugerem que pessoas que contraíram a infeção durante a primeira vaga pandémica nos primeiros meses de 2020 podem estar mais vulneráveis à contração de uma nova infeção pelo vírus SARS-CoV-2. 

"É, por isso, crucial que todos continuem a seguir as regras sanitárias e que fiquem em casa, mesmo que tenham tido Covid-19 previamente", advertem os investigadores no estudo.

Curados podem transmitir vírus

Os investigadores alertam também que pessoas com a chamada imunidade natural – adquirida através da infeção – podem ser capazes de transportar o coronavírus no nariz e garganta e transmiti-lo inadvertidamente.

Em África, há registo de pelo menos 75.701 mortes associadas à Covid-19 entre os 3.146.765 casos identificados desde o início da pandemiaFoto: RODGER BOSCH/AFP

"Sabemos agora que a maioria das pessoas que tiveram o vírus, e desenvolveram anticorpos, estão protegidos de uma reinfeção, mas não totalmente e ainda não sabemos qual a duração dessa proteção", admitiu Susan Hopkins, líder do estudo da PHE publicado esta quinta-feira (14.01).

"É pouco provável que se desenvolva infeção grave no caso das pessoas que tiveram infeção prévia, mas existe ainda o risco de adquiri-la e transmiti-la a outros", asseverou.

Segundo o estudo, "as descobertas não se debruçaram sobre os anticorpos ou resposta imunitária das vacinas contra a Covid-19 ou sobre a duração da sua efetividade".

"A introdução da resposta da vacina será considerada mais tarde [no estudo] ainda este ano", lê-se ainda.

Duração da imunidade continua em estudo

A investigação, conhecida como estudo SIREN, envolveu dezenas de milhares de trabalhadores do setor da saúde no Reino Unido, que têm sido testados regularmente desde junho para a infeção da Covid-19, bem como para a presença de anticorpos.

A evolução dos novos casos reportados da Covid-19 em vários países africanos

Entre 18 de junho e 24 de novembro, os cientistas detetaram 44 casos de potencial reinfeção – duas prováveis e 42 possíveis – entre os 6.614 participantes que testaram positivo para anticorpos. Tal representa 83% de proteção para uma reinfeção, segundo os investigadores.

Os cientistas pretendem continuar a seguir os participantes para perceber se a imunidade natural pode manter-se para além dos cinco meses.

A Covid-19 já matou pelo menos 1.979.596 pessoas no mundo desde o início da pandemia, em dezembro de 2019, segundo o mais recente levantamento realizado pela agência de notícias France-Presse. Mais de 92.321.290 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, sendo que pelo menos 56.637.400 pessoas já foram consideradas curadas. 

Em África, registaram-se pelo menos 75.701 mortes entre os 3.146.765 casos identificados desde o início da pandemia.

Covid-19 coloca hospitais no limite na África do Sul

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