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SaúdeQuénia

Covid-19: Quénia suspende importação privada de vacinas

kg | com agências
3 de abril de 2021

O setor privado no Quénia está impedido de importar vacinas contra a Covid-19. O objetivo do Governo é evitar casos de contrafação. Unidades de saúde privadas cobram até 70 euros por doses da vacina russa Sputnik.

Profissional da saúde é vacinado em Nairobi, Quénia
Profissional da saúde é vacinado em NairobiFoto: Ben Curtis/AP/picture alliance

"Para assegurar a transparência e a responsabilidade no processo de vacinação, e para proteger a integridade do país, o Governo está hoje a fechar a janela da importação, distribuição e administração de vacinas pelo setor privado, até que haja uma maior transparência e responsabilidade em todo o processo", declarou o Comité Nacional de Resposta de Emergência sobre o novo coronavírus.

As instalações de saúde privadas do Quénia têm cobrado cerca de 70 euros pela vacina russa Sputnik, enquanto as instituições governamentais estão a dar gratuitamente as vacinas AstraZeneca-Oxford, recebidas da iniciativa global Covax, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para assegurar que os países de baixo e médio rendimento têm um acesso justo às vacinas.

O Governo queniano tem estado numa campanha de sensibilização para reduzir a relutância dos trabalhadores da linha da frente em aceitar as vacinas da AstraZeneca-Oxford. No Reino Unido, sete pessoas morreram de coágulos sanguíneos após receberem a vacina da AstraZeneca, mas as autoridades de saúde britânicas reforçam que os riscos são "muito pequenos" e aconselham a população a vacinar-se.

Esta sexta-feira (02/04), o Governo da Holanda decidiu que pessoas com menos de 60 anos não vão receber a vacina desenvolvida contra a Covid-19 pela farmacêutica AstraZeneca nos próximos dias, enquanto é aguardada a conclusão de uma investigação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sobre os casos de coagulação sanguínea.

Resistência à vacinação no Quénia

Cerca de 160.000 pessoas foram vacinadas em mais de um mês no Quénia, desde que o país recebeu pouco mais de um milhão de doses. Em 26 de março, depois de ter anunciado uma nova restrição mais rigorosa à circulação e reunião devido a um surto de casos do novo coronavírus e mortes, o Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, levou o seu gabinete a ser vacinado publicamente.

O Kenya Medical Practitioners and Dentist Union afirma que a relutância dos profissionais de saúde se devia ao facto de não terem sido suficientemente sensibilizados antes de as vacinas chegarem.

A taxa de infeções pelo novo coronavírus aumentou de 2,6% para 19,1% nas últimas semanas. O Governo britânico anunciou que, a partir de 9 de abril, não permitirá cidadãos quenianos e outros que tenham transitado por este país da África oriental.

Uma quantidade significativa de viajantes do Quénia no Reino Uniso está a dar positivo para a variante B.1.351 da doença, que teve origem na África do Sul. Apenas os cidadãos britânicos e os detentores de autorizações de residência serão autorizados a entrar a partir do país.

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