Covid-19: Reino Unido proíbe viagens de Angola e Moçambique
Lusa
8 de janeiro de 2021
O Reino Unido vai proibir a entrada de passageiros de Angola, Moçambique e outros países africanos, anunciou o Governo britânico, que alarga medida já aplicada à África do Sul para travar nova estirpe de Covid-19.
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A restrição vai entrar em vigor no sábado e permanecer durante, pelo menos, duas semanas, adiantou o Ministério dos Transportes britânico, afetando pessoas que tenham estado ou transitado nos 10 dias anteriores por Angola, Moçambique, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Malawi, Namíbia, Zâmbia, Zimbabué, bem como as ilhas Seicheles e Maurícias.
Cidadãos britânicos e irlandeses e estrangeiros residentes no Reino Unido poderão entrar no país, mas terão de cumprir isolamento profilático de 10 dias.
A medida "urgente" foi anunciada na quinta-feira (07.01) à noite pelo Governo britânico, que determina as regras sobre as fronteiras em Inglaterra e onde aterram a maioria dos voos em causa, mas também foi adotada pelos governos autónomos da Escócia e País de Gales, aguardando-se a confirmação da Irlanda do Norte.
Desde 24 de dezembro que o Reino Unido proibiu voos diretos com a África do Sul e a entrada de passageiros que tenham estado no país africano nos 10 dias anteriores devido ao risco apresentado por uma nova estirpe do SARS-CoV-2 identificada pelos cientistas sul-africanos, considerada altamente infecciosa.
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Tudo para travar a nova variante
Segundo o Ministério dos Transportes britânico, a decisão "resulta de novos dados sobre o aumento acentuado da incidência da nova variante, que aumentou enormemente o risco de transmissão na comunidade entre outros nove países da África Austral, bem como as Seicheles e as Maurícias, ambas com fortes ligações turísticas à África do Sul".
Nigéria reabre para voos internacionais de passageiros
01:17
Numa entrevista à rádio LBC esta manhã, o ministro Grant Shapps disse que a estirpe está a "preocupar os especialistas porque pode ser que a vacina não responda da mesma forma ou não funcione da mesma maneira".
O Governo britânico também anunciou que vai passar a exigir um teste negativo para a Covid-19 a todas as pessoas que desejem entrar em Inglaterra, incluindo cidadãos britânicos, seja de avião, comboio ou barco, sendo isentos os camionistas, crianças menores de 11 anos e passageiros de países que não possuam infraestruturas para realizar estes testes, cuja lista está por publicar.
Shapps disse que este novo protocolo entrará em vigor "provavelmente quarta ou quinta-feira", mantendo-se em paralelo com a obrigação de todos os que chegarem de países de risco ao Reino Unido terem de cumprir quarentena de 10 dias.
O Reino Unido tem um dos balanços mais pesados da Europa, tendo registado 78.508 mortos até quinta-feira, tendo as autoridades britânicas atribuído uma aceleração de infeções nas últimas semanas a uma estirpe do coronavírus altamente infecciosa identificada no sul de Inglaterra.
Os aeroportos dos presidentes em África
São uma espécie de monumento auto-instituído: vários líderes africanos construíram os seus próprios aeroportos em locais remotos. Hoje, são estruturas esquecidas, paralisadas ou dão grandes prejuízos.
Foto: Getty Images/AFP/L. Bonaventure
O aeroporto esquecido de uma capital esquecida
Nos anos 60, o Presidente Félix Houphouët-Boigny decidiu fazer da sua cidade natal, Yamoussoukro, a capital da Costa do Marfim. Construiu avenidas imponentes, uma enorme igreja, vários edifícios e um aeroporto. Tanto a cidade como o Aeroporto Internacional de Yamoussoukro acabaram por cair na insignificância. Hoje em dia, o aeroporto está praticamente abandonado.
Foto: Getty Images/AFP/L. Bonaventure
Perdido na selva
Também Mobuto Sese Seko, ex-Presidente da RDC, se instalou com toda a pompa e circunstância na sua cidade natal, Gbadolite, com três palácios e edifícios representativos. Há também um aeroporto, rodeado por floresta tropical. Não há indústria nem turismo nas redondezas e a capital, Kinshasa, fica a 1400 quilómetros. Mobutu e a mulher gostavam de voar de Gbadolite para Paris – num Concorde alugado.
Foto: Getty Images/AFP/J. Wessels
O ditador com a sua própria pista de aterragem
Mobutu foi também recebido pelo ditador da vizinha República Centro-Africana, Jean-Bedel Bokassa (segundo à direita). Na residência de Bokassa, a cerca de 80 quilómetros de distância, havia também uma pista de aterragem para passageiros. Há muito que Bokassa morreu e a sua pista desintegra-se – tal como os seus palácios.
Foto: Getty Images/AFP/OFF
Boas-vindas a um convidado alemão
Mesmo antes de se tornar um aeroporto internacional - a mando do antigo Presidente Daniel Arap Moi - o aeródromo de Eldoret, no centro-oeste do Quénia, recebia o chanceler Helmut Kohl, em 1987. Eldoret é o centro económico dos Kalenjin – o grupo étnico do Presidente Moi. Apesar do nome, o aeroporto serve apenas para voos domésticos.
Foto: Imago Images/D. Bauer
O aeroporto inviável do ex-Presidente da Nigéria
O ex-Presidente da Nigéria, Umaru Yar'Adua, também converteu o aeroporto da sua cidade natal, Katsina, em aeroporto internacional durante o seu mandato (2007-2010). Mas o projeto preferido do antigo Presidente, que morreu em 2010, não é rentável. O Governo está a ponderar a entrada da autoridade aeronáutica nacional na equipa de gestão do aeroporto de Katsina.
Foto: Getty Images/AFP/P. Utomi Ekpei
Rumo a Chato?
A companhia aérea tanzaniana Precision Air poderá voar em breve para Chato, cidade natal do Presidente John Magufuli. O chefe de Estado quer expandir este aeroporto para impulsionar o turismo. Mas uma comissão parlamentar apela à renovação das infraestruturas já existentes em vez de novos projetos. Apenas 5 dos 58 aeroportos e pistas de aterragem do país contribuem para o PIB, dizem os deputados.