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Covid-19: São Tomé e Príncipe renova estado de emergência

1 de junho de 2020

Apesar das medidas adotadas pelo Governo são-tomense, a crise sanitária agrava-se e já são quase 500 casos confirmados e 12 mortes no país. As medidas são duramente criticadas porque não estão a trazer resultados.

Sao Tome e Principe | Coronavirus
Foto: DW/R. Graca

São Tomé e Príncipe foi um dos primeiros países lusófonos de África a encerrar a sua fronteira para evitar a propagação do novo coronavírus. Também adotou medidas de isolamento social e confinamento obrigatório. No entanto, as medidas não parecem trazer os resultados esperados. 

A descrença quanto à letalidade da doença por parte da população, segundo o Governo, fez com que o país seja o segundo em número de casos da doença entre os PALOP, atrás apenas da Guiné-Bissau. Desde a confirmação dos três primeiros infetados, em abril, já são cerca de 480 casos positivos e 12 mortes.

Manuel Pinto da Costa, ex-Presidente são-tomense não poupa críticas às políticas do atual Governo, liderado por Jorge Bom Jesus.

"Estamos a viver uma pandemia extremamente grave para São Tomé e Príncipe e, se não soubermos gerir convenientemente bem esta situação, vai ser um desastre total de ponto de vista económico, social e político", afirmou o ex-Presidente.

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Mais ações

Manuel Pinto da Costa, um dos fundadores do MLSTP-PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata), partido no poder, indicou ainda que é preciso ações maiores do que apenas organização.

"O nível de organização interna não garante sucesso na luta contra a pandemia", defendeu Manuel Pinto da Costa.

Está foi a primeira vez que Pinto da Costa falou à imprensa, desde que surgiu a pandemia. O ex-Presidente também doou vários materiais médicos e equipamentos hospitalares ao Governo para o combate à Covid-19.

"Não quero com isso dizer que me candidato a qualquer liderança. O país precisa ouvir opiniões de todos: as forças políticas sociais e diáspora", complementou o ex-Presidente.

Estado de emergência

Nesta segunda-feira (01.06), foi decretado até 15 de junho um novo estado de emergência no país, o quinto ao longo dos últimos três meses. O Presidente da República, Evaristo Carvalho, justificou o decreto devido ao avanço da doença no país.

Jorge Bom Jesus, primeiro-ministro são-tomenseFoto: DW/R. Graça

"Número de casos positivos em crescimento diário e explicação pouco convincente, sobretudo pela fragilidade organizativa e funcional dos nossos serviços de saúde", finalizou Evaristo Carvalho.

"Primeiro a Covid-19, depois as eleições"

O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, distanciou-se das críticas dentro e fora do seu partido MLSTP-PSD, garantindo que o seu Governo tem feito o melhor possível. O primeiro-ministro alertou que as disputas para as eleições presidenciais de 2021 terá o seu tempo próprio.

"Depois de resolvermos o problema de saúde pública causada pela Covid-19, haverá tempo suficiente para as presidências de 2021", complementou o primeiro-ministro, ressaltando que é preciso afastar os oportunistas para demostrar os verdadeiros patriotas. 

"O país não precisa de Governo de salvação nacional. Os momentos difíceis, históricos, filtram, enaltecem e absorvem os verdadeiros patriotas, mas desvendam os oportunistas", finalizou Jorge Bom Jesus.

O Governo reajustou as medidas restritivas de prevenção ao novo coronavírus, anunciou o regresso dos funcionários públicos ao trabalho das 7h às 15h e o confinamento geral da população passar ser agora das 18h30 às 5h da manhã.

Das medidas constam ainda testes em massa à Covid-19 em todo país, com a entrada em funcionamento do laboratório PCR, na última terça-feira (26.05), numa altura em que 12 médicos chineses chegaram ao país para reforçar a equipa médica nacional no combate à pandemia.

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