Covid-19: Senegal prolonga estado de emergência por 30 dias
Lusa | AFP | kg
5 de abril de 2020
Medida foi anunciada pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para conter o avanço do novo coronavírus. Celebração dos 60 anos da independência do país é marcada por "cerimónia sóbria".
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O presidente do Senegal, Macky Sall, prolongou por mais 30 dias o estado de emergência instaurado em todo o território devido à pandemia da covid-19, anunciaram este domingo (05.04) os meios de comunicação senegaleses.
O estado de emergência anunciado pela primeira vez em 23 de março inclui o recolher obrigatório entre as 20h e as 6h, no horário local.
Mitos e verdades sobre a Covid-19
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As autoridades proibiram as reuniões, as orações coletivas e a circulação entre cidades e suspenderam quase todo o tráfego aéreo. Os senegaleses também não podem rezar coletivamente nas mesquitas e igrejas e as deslocações foram restringidas.
O Senegal evitou impor o confinamento obrigatório, porque isso representaria um desafio considerável num país pobre. Desde 02 de março, as autoridades senegalesas declararam oficialmente 219 casos de contágio da covid-19 e dois mortos.
O Governo senegalês já criou um "fundo de resposta", dotado de 1,5 mil milhões de euros do Estado e de doadores internacionais, para apoiar o sistema de saúde, a economia e as empresas e auxiliar os mais pobres.
60 anos de independência
Este sábado (05.04), o Senegal assinalou os 60 anos da sua independência com uma cerimónia "sóbria e simbólica" devido à pandemia da Covid-19. As celebrações da independência foram canceladas em 14 de março, ao mesmo tempo que foi anunciado o encerramento das escolas e a proibição de manifestações.
"Uma grande parada civil e militar devia ter marcado os 60 anos da independência", assinalou o Presidente senegalês, Macky Sall, acrescentando que "as circunstâncias excecionais ligadas à severa pandemia da Covid-19 não permitiram que tal acontecesse".
Macky Sall, quarto chefe de Estado senegalês desde a independência, presidiu à cerimónia no palácio presencial, no mesmo dia em que o Ministério da Saúde local anunciou que o país registou a segunda morte por covid-19.
A economia senegalesa vai "sofrer um forte impacto com a covid-19", reconheceu Macky Sall, estimando que o crescimento "passará de 6,8% a menos de 3%".
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.