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Covid-19: Situação agrava-se em Moçambique

10 de janeiro de 2021

Autoridades sanitárias de Moçambique lançaram alerta máximo na última sexta feira (08.01) devido ao aumento de casos positivos e internamentos decorrentes de infeções pelo coronavírus, mas garantem que há camas.

Coronavirus Südafrika | Klinik mit Covid-19 Station
Foto de arquivoFoto: RODGER BOSCH/AFP

As autoridades sanitárias de Moçambique estão preocupadas com o aumento no número de casos e internamentos por coronavírus desde o início do ano de 2021. Apesar da preocupação, garantem que ainda há disponibilidade de camas para internamentos nos hospitais preparados para acolher doentes.

Mais de 130 pessoas foram internadas nos hospitais do país em apenas oito dias e há um registo de cerca de dois mil casos positivos e 15 mortos no mesmo período, referem as autoridades sanitárias. São números recordes desde o primeiro caso, detetado em março, e o Governo moçambicano teme que o aumento de casos leve ao colapso do sistema de saúde.

O diretor Nacional de Assistência Medica, Ussene Issa, explica que "o aumento de casos, sobretudo na cidade de Maputo, esteve relacionado com as festas do natal e do fim de ano" em que, segundo as autoridades sanitárias, "houve relaxamento da sociedade".

Moçambicanos na África do Sul

A isso soma-se a chegada de moçambicanos que trabalham na vizinha África do Sul - país com maior incidência da doença em África, e que também enfrenta a nova variante da Covid-19 e coloca Moçambique em estado de alerta máximo.

"É por isso que pode vir a deitar por terra todo o esforço coletivo, de meses, que fizemos em conjunto para reduzir o número de infeções e proteger o sistema nacional de saúde em Moçambique. Tínhamos um grande equilíbrio, a saúde, a responsabilidade e a forma de implementação de medidas de prevenção", explicou o diretor.

O Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária do país, diz que a resposta que tem dado, desde o início da pandemia do novo coronavírus, é positiva. O diretor dessa unidade sanitária, Mouzinho Saide, afirma que médicos de várias especialidades estiveram à disposição para lidar com a doença.

"Seria de se esperar que só os médicos de determinadas especialidades - medicina interna, pediatria, ou pneumologia - é que responderiam à pandemia. Mas vimos os cirurgiões, ginecologistas, ortopedistas, e todos os especialistas de diferentes áreas do HCM responderem positivamente ao chamado para o tratamento dos doentes infetados pelo coronavírus", disse Saide.

Para travar a propagação do coronavírus, o diretor Nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Issa apela ao cumprimento das regras de prevenção. "Queremos mais uma vez aproveitar esta oportunidade de forma séria para que os nossos concidadãos cumpram com rigor e seriedade as medidas de prevenção emanadas pelo setor da saúde"

No último sábado (09.01), o Ministério da Saúde de Moçambique anunciou que o país registou, nas 24 horas antecedentes, mais seis óbitos por Covid-19 e 879 novos casos - o maior número diário de mortes e infeções já registado até então. 

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