O número de mortos por causa da Covid-19 em África subiu para os 2.406, com quase 70 mil infetados em 53 países, segundo estatísticas mais recentes sobre a pandemia. Dos PALOP, a Guiné-Bissau é o país com mais vítimas.
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De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos por causa da Covid-19 subiu de 2.336 para 2.406, enquanto os infetados passaram de 66.373 para 69.578. O número total de doentes recuperados aumentou de 23.095 para 23.978.
O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença, com 1.297 mortos e 23.683 infetados pela Covid-19.
Na África Ocidental há 428 mortos e ultrapassou as 20 mil infeções (20.603), enquanto a África Austral contabiliza 225 mortos e regista 12.259 casos, quase todos concentrados num único país, a África do Sul (11.350).
Os mais afetados
Covid-19: Empresários africanos produzem de material médico
01:03
A pandemia afeta 53 dos 55 países e territórios de África, com seis países -- África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos, Nigéria e Gana - a concentrarem cerca de metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.
O Egito é o país com mais mortos (544) e ultrapassou esta quarta-feira (13.05.) os 10 mil casos (10.093), seguindo-se a Argélia, que tem 515 mortos e 6.067 infetados.
A África do Sul tornou-se o terceiro com mais mortos (206), continuando a ser o país do continente com mais casos da covid-19, com 11.350 infetados.
O Marrocos totaliza 188 vítimas mortais e 6.418 casos, a Nigéria tem 158 mortos e 4.787 casos, enquanto o Gana tem 22 mortos, mas ultrapassou esta quarta-feira (13.05.) os cinco mil casos (5.127). Apenas o Lesoto e a República Saarauí continuam sem notificar casos da Covid-19.
Os PALOP
Entre os países africanos de língua portuguesa, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, com 820 casos, e regista três mortos.
Cabo Verde tem 267 infeções e dois mortos e São Tomé e Príncipe regista 231 casos, tendo anunciado na terça-feira (12.05.) a sétima vítima mortal.
Moçambique conta com 104 doentes infetados e Angola tem 45 casos confirmados de Covid-19 e dois mortos.
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mantém há mais de uma semana 439 casos positivos de infeção e quatro mortos, segundo o África CDC.
Mundo
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
Véus e turbantes: Rostos cobertos nas culturas africanas
Com a pandemia da Covid-19, cada vez mais africanos usam máscaras para se proteger da doença. Mas em algumas regiões do continente, cobrir o rosto é uma tradição secular.
Foto: picture-alliance/imageBroker
Líbia: O ritual dos turbantes e véus tuaregues
O deserto do Saara e a zona do Sahel abrigam os tuaregues, povos nómadas do continente africano. Os turbantes, bem como os véus faciais usados pelos homens, são uma forma de proteção contra o sol e a areia. Mas não são usados apenas para proteção: os revestimentos da cabeça transmitem respeito e dignidade, enquanto vestir o véu também é um ritual masculino de passagem para a vida adulta.
Foto: picture-alliance/imageBroker
Líbia: Tradição dos homens tuaregues
Apenas homens tuaregues cobrem o rosto. Segundo a tradição, o véu protege contra os espíritos dos mortos, chamados "Kel Eru", enquanto os homens viajam pelo deserto. Historicamente, turbantes e véus tuaregues eram tingidos de índigo, o que deixa traços de coloração na pele. Por causa disso, os tuaregues eram conhecidos como o "povo azul" do deserto.
O povo tuaregue pertence ao grupo maior de berberes, nómadas que residem no norte de África. Hoje em dia, muitos deles estão instalados em locais específicos. No Níger, eles autodenominam-se "Imajeghen", na Argélia e na Líbia "Imuhagh" e os "Imushagh", no Mali. A palavra estrangeira "Tuareg" remonta à palavra berbere "Targa", que foi usada para descrever uma província na Líbia.
Foto: picture-alliance/imageBroker/K. Kreder
Marrocos: Berberes usam o "litham"
Os tradicionais adereços e véus faciais dos tuaregues são chamados de "Tagelmust" ou "litham". Na foto, o "litham" amarelo é usado por um homem que vive na parte marroquina do Saara. Ele pertence aos berberes de Marrocos. Tradicionalmente, durante os conflitos, um pano como esse dificultava o reconhecimento do usuário.
Foto: picture-alliance/ blickwinkel/W. G. Allgoewer
Egito: Os adereços dos beduínos
Como os tuaregues e os berberes, os beduínos também são habitantes nómadas do deserto. Eles vivem na Península Arábica e em estados vizinhos, incluindo Israel e Egito. O nome do tecido que esse homem na imagem usa no deserto líbio do Egito é chamado "Kufiya" ou, em algumas áreas, "Ghutra" ou "Hatta". A forma como é usado varia de região para região.
Foto: picture-alliance/imageBroker
Chade: O véu dos homens Tubu
Também são os homens, e não as mulheres, que usam véu no povo Tubu, na bacia do norte do Chade. Os homens também são responsáveis por costurar roupas. Os Tubu costumam trabalhar como pastores, cuidando de ovelhas e cabras ou criando camelos.
Foto: picture-alliance/dpa
Nigéria: O emir usa véu
O véu também pode ser encontrado no estado de Kano, na Nigéria, como o usado pelo atual emir do país. Até março de 2020, era Muhammadu Sanusi II (foto acima, na sua nomeação em 2014). O seu sucessor é Aminu Ado Bayero. O emir de Kano é o segundo líder muçulmano mais importante do país, depois do sultão.
Foto: Amino Abubakar/AFP/Getty Images
Marrocos: Mulheres de niqab
Muitas muçulmanas cobrem o rosto com um niqab. É comum na Península Arábica, mas com menos frequência no norte de África. A mulher nesta foto também usa a abaya tradicional - um sobretudo longo - e um lenço na cabeça. No entanto, Marrocos impôs uma proibição de vendas de burca e niqab em 2017. Isso pode ter sido devido a preocupações de segurança.
Foto: picture-alliance/imageBROKER/W. G. Allgöwer
Somália: Muçulmanas também cobrem o rosto
Hoje, as mulheres religiosas da Somália vestem-se de maneira diferente. Os muçulmanos tradicionalmente não cobriam o rosto com o niqab no país, mas isso é visto com mais frequência desde os anos 80, devido à crescente influência do Islão - especialmente nas cidades. Na foto, algumas estudantes de Mogadíscio usam um niqab.
Foto: picture-alliance/Photoshot
Zanzibar: Mulheres cobertas na praia
Um pouco mais ao sul, em Zanzibar, que faz parte da Tanzânia, também há mulheres que cobrem o rosto. Quase exclusivamente muçulmanos vivem no arquipélago de Zanzibar. Cobrir o rosto passa a ser cada vez mais comum em todo o continente africano.
Foto: picture-alliance/imageBROKER/M. Moxter
Quénia: Máscaras de tecido contra a Covid-19
Devido ao coronavírus, no Quénia, por exemplo, agora é obrigatório usar máscaras em público. Mas nem todos podem comprar máscaras descartáveis. Em Kibera, um bairro pobre de Nairobi, o designer David Ochieng distribui máscaras de tecido reutilizáveis que ele e a sua empresa, Lookslike Avido, fazem para os necessitados.
Foto: picture-alliance/ZumaPress/D. Sigwe
Quénia: Máscaras de designer para todos
O designer David Ochieng, que se chama Avido, é visto aqui usando uma das máscaras de proteção que ele produziu. Avido cresceu no bairro de Kibera e normalmente cria os seus próprios projetos. Neste outono, a sua empresa Lookslike Avido foi convidada para participar do Ökorausch-Festival em Colónia, Alemanha, que destaca o design sustentável.
Foto: picture-alliance/ZumaPress/D. Odhiambo
Quénia: Emprego alternativo
A fabricante de móveis Sara Reeves foi forçada a fechar a sua oficina em Nairobi durante a crise do coronavírus. Então, ela e sua equipa passaram a fazer máscaras. Eles usam os tecidos coloridos de kitenge, típicos da África Oriental. Sara doa uma máscara para cada uma que vende. Dessa forma, as máscaras "entrarão nas mãos e nos rostos das pessoas que precisam de proteção", diz Reeves.
Foto: picture-alliance/dpa/Michelle Vugutsa/Love Artisan Kenya
Quénia: Itens e equipamentos contra a Covid-19
Cerca de trezentas costureiras numa fábrica em Nairobi produzem 20 mil máscaras descartáveis todos os dias. Algumas fábricas no Quénia mudaram a produção para fazer máscaras cirúrgicas e outros equipamentos de proteção contra a Covid-19.