Covid-19: Sobe para 35 número de infetados em Moçambique
Lusa | cvt
18 de abril de 2020
Número de casos registados de infeção pelo coronavírus subiu de 34 para 35 nas últimas 24 horas, anunciou o Ministério da Saúde. Fundação chinesa promete doar 500 ventiladores e um milhão de testes ao país.
Publicidade
"Dos 54 casos suspeitos testados nas últimas 24 horas, 53 revelaram-se negativos e um foi positivo", disse Rosa Marlene, diretora nacional de Saúde Pública, na atualização de dados no Ministério da Saúde em Maputo, este sábado (18.04).
O caso positivo registado nas últimas 24 horas é de um cidadão estrangeiro com mais de 20 anos e é de transmissão local, acrescentou Rosa Marlene.
A diretora nacional de Saúde Pública avançou que mais dois casos foram dados como recuperados nas últimas 24 horas no país, subindo para quatro o total de recuperados.
Do total de casos positivos de infeção pelo novo coronavírus, 27 são de transmissão local e oito são importados, acrescentou a diretora nacional de Saúde Pública.
No total, Moçambique já testou 952 casos suspeitos da covid-19, foram colocados em quarentena 11.056 e 1.862 estão a ser seguidos pelas autoridades de saúde.
500 ventiladores e um milhão de testes
O empresário chinês Jack Ma, através da sua fundação, vai doar a Moçambique 500 ventiladores e um milhão de testes, anunciou na sexta-feira (17.04), o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Geraldo Saranga.
O porta-vos falava durante a conferência de imprensa de atualização dos dados sobre o impacto da Covid-19 no país, que decorreu em Maputo.
Em finais de março, num encontro com parceiros internacionais, Moçambique anunciou que para enfrentar a pandemia da Covid-19 precisava de cerca de 643 milhões de euros, um montante que vai servir também para a construção de hospitais, tendo em conta que há distritos sem este tipo de estrutura no país.
No início deste mês, o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que o Executivo moçambicano se preparava para adquirir 300 ventiladores para o Sistema Nacional de Saúde, que conta atualmente com 50 máquinas.
O custo das referidas máquinas está orçado em 3,1 milhões de euros e será suportado por parceiros externos, segundo Adriano Maleiane.
Covid-19: Prevenção chega aos moradores de rua em Maputo
02:39
Novo centro de tratamento
A secretária de Estado da província de Maputo, Vitória Diogo, inaugurou um centro de saúde para tratamento exclusivo de pessoas infetadas pelo novo coronavírus.
"Perante este tipo de doença a prevenção tem-se revelado o melhor antídoto, por isso é que estamos a nos preparar para eventuais necessidades de tratamento", disse Vitória Diogo, durante a inauguração.
A nova unidade de saúde, situada na Matola, beneficiou de uma requalificação e agora tem uma capacidade para albergar 16 pacientes.
"Estamos preparados para atender doentes nesta unidade sanitária, já temos ventilador montado, botijas e concentradores de oxigénio", disse Iolanda Santos, diretora de Saúde na província de Maputo.
Solidariedade cristã
Já o arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, apelou aos fiéis católicos para manterem a prática da caridade, lembrando que há famílias em maiores dificuldades, devido à pandemia da Covid-19.
Numa carta circular divulgada este sábado, Francisco Chimoio, alertou também para a necessidade de o movimento de solidariedade cristã, num contexto do impacto da Covid-19, respeitar as medidas de isolamento social impostas pela emergência em vigor.
"Os párocos devem encontrar as melhores formas de coordenar a ação de caridade, para que esta decorra de forma livre e responsável", referiu.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.