Covid-19: Taxa de contágio na Alemanha volta a subir
Lusa | DW (Deutsche Welle) | mo
28 de abril de 2020
Aumento da taxa de contágio pode provocar o regresso das medidas restritivas rígidas para conter o avanço da Covid-19. Autoridades alemãs pedem que as pessoas evitem aglomerações e não saiam de casa sem necessidade.
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O Instituto Robert Koch (RKI) revelou, esta terça-feira (28.04), que a taxa de contágio na Alemanha voltou a subir para 1,0, registando-se um total de 156.337 casos diagnosticados no país, um aumento de 1.144 em relação ao dia anterior.
De acordo com a entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças, uma pessoa infetada contagia em média uma outra pessoa. Este valor "R" já se situou abaixo do 1,0 e é um dos mais importantes para controlar o abrandamento ou não das medidas de contenção no país. No dia 17 de abril, quando o alívio das medidas restritivas foi anunciado, a taxa de transmissão "R" estava em 0,7. Portanto, uma pessoa infetada contagiava em média 0,7 outras pessoas.
O RKI calcula uma subida do número de vítimas mortais de 163 para um total de 5.913. O valor de novos casos curados é hoje mais do dobro das novas infeções, isto é, uma subida de 2.900 para um total de 117.400.
O presidente do RKI, Lothar Wieler, pediu que as medidas de distanciamento social sejam cumpridas e que a população evite sair de casa sem necessidade. "Não queremos que o número de casos volte a aumentar", sublinhou Lothar Wieler, lembrando que a Alemanha teve sucesso no controlo do avanço do contágio e que esse sucesso deve ser defendido.
Férias de verão em risco
O Governo de Angela Merkel acredita ser difícil que os alemães possam passar as férias de verão no estrangeiro este ano, mas defende o turismo interno. "As grandes viagens ao exterior não deverão ser possíveis. Tudo aponta para um programa de férias dentro de fronteiras, isso sim, acredito que seja exequível este verão", sublinhou Thomas Barreias, responsável pelo Turismo no Ministério da Indústria, depois de uma videoconferência com os seus colegas da União Europeia.
Alemanha reabre lojas, mas reforça cuidado contra Covid-19
03:10
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
Covid-19 no mundo
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 210 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 818 mil doentes foram considerados curados.
O número de mortes provocadas pela Covid-19 em África subiu para 1.467 nas últimas horas, com 33.273 casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, nas últimas 24 horas o número de mortos subiu de 1.423 para 1.467, enquanto as infeções aumentaram para 33.273. O número total de doentes recuperados subiu para 10.091. O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
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Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.