Covid-19: Taxa de contágio volta a subir na Alemanha
Lusa | cvt
10 de maio de 2020
Segundo Instituto Robert Koch, nos últimos dias, cada contaminado está a transmitir o coronavírus para mais de uma pessoa na Alemanha. No sábado (09.05), várias cidades alemãs registaram protestos.
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A taxa de contágio na Alemanha voltou a subir para 1,1, o que significa que cada pessoa com Covid-19 contagia cerca de 1,1 pessoas, de acordo com informação revelada pelo Instituto Robert Koch (RKI) relativa aos últimos dias.
Este valor, considerado fundamental pelas autoridades para atenuar as medidas de contenção no país, chegou a ser de 0,65 na quinta-feira (07.05).
Ainda assim, e depois de registar durante vários dias mais de 1.000 novos casos, este domingo (10.05) o RKI regista um abrandamento desta subida com 667 infeções nas últimas 24 horas.
No total, a Alemanha calcula agora 169.218 casos diagnosticados e 7.395 vítimas mortais, com um aumento de 26 óbitos em relação ao dia anterior.
O número aproximado de pessoas consideradas curadas é agora de 144.400, com um crescimento estimado de 1.100.
Manifestações contra medidas restritivas
Entretanto, este sábado (09.05), milhares de manifestantes contra as medidas de distanciamento social impostas pelo Governo alemão concentraram-se em várias cidades alemãs.
Em Estugarda, Berlim, Frankfurt e Munique a polícia foi obrigada a deter vários cidadãos.
Também na cidade de Dortmund, uma equipa de jornalistas foi atacada por um grupo considerado de extrema-direita. Este foi o terceiro ataque contra os média alemães registado este mês.
Na capital, uma centena de polícias prendeu cerca de 30 pessoas por não cumprirem o distanciamento obrigatório. Em Munique, foi autorizada uma manifestação de 80 pessoas, mas, na Marienplatz, acabaram por concentrar-se mais de 3.000.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.