Vacina chinesa é segura, publica revista científica
19 de outubro de 2020Uma publicação na revista especializada em doenças infectocontagiosas The Lancet reforça as esperanças para que a comunidade científica chegue a uma vacina contra o coronavírus, que seja realmente eficaz e não provoque efeitos colaterais nocivos à saúde humana.
A potencial vacina, chamada de BBIBP-CorV, está a ser desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim - uma filial do Grupo Nacional Biotec da China (CNBG).
Foram realizados ensaios com mais de 600 adultos saudáveis entre abril e julho. Duas injeções de BBIBP-CorV em três doses diferentes nas chamadas Fase I e II geraram anticorpos contra o coronavírus em todos os participantes, incluindo os mais velhos.
Os níveis de anticorpos em recipientes com 60 anos ou mais foram mais baixos e demoraram mais tempo a aumentar significativamente do que os dos participantes mais jovens.
As autoridades de saúde da China já autorizaram a aplicação da vacina em trabalhadores de funções consideradas essenciais e grupos com elevado risco de contágio. No entanto, sua eficácia absoluta só poderá ser anunciada quando os ensaios finais da Fase III - que estão em curso fora da China – forem concluídos.
A BBIBP-CorV não causou quaisquer efeitos colaterais graves, mas houve algumas reações adversas moderadas, como febre e dor no local da injecção, de acordo com o artigo publicado na revista médica.
A Covid-19 já matou mais de 1 milhão de pessoas pelo mundo. Existem ao menos 10 projetos de vacinas contra o coronavírus pelo mundo, e a BBIBP-CorV é uma das que entraram na Fase III. Segundo a Organização Mundial de Saúde, quatro investigações de vacinas são lideradas por cientistas chineses.
A CNBG já havia apresentado uma candidata que também induziu anticorpos sem registar efeitos colaterais graves nos ensaios em fase inicial e intermediária. O trabalho de investigação referente a este produto foi apresentado em agosto.