CPLP vai ter resposta das Forças Armadas a catástrofes
Lusa
1 de junho de 2021
A criação do mecanismo de resposta das Forças Armadas ao nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para as situações de catástrofe está na agenda do encontro dos ministros da Defesa desta terça-feira (01.06).
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A CPLP vai ter um mecanismo de resposta das Forças Armadas em catástrofes, como o conflito em Cabo Delgado, considerado prioritário para a presidência cabo-verdiana do grupo ministerial da Defesa da organização, afirmou a ministra de Cabo Verde, Janine Lélis.
"Naturalmente. Temos que dar continuidade e temos uma responsabilidade maior quando nós assumirmos a presidência, porque o impulso, a dinamização e a concretização das deliberações também estará dependente da energia que a gente dedica para a causa da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]", disse a ministra cabo-verdiana, em declarações aos jornalistas na cidade da Praia, à margem da XX reunião de ministros da Defesa Nacional ou equiparados da CPLP.
A governante explicou que na agenda deste encontro, realizado por videoconferência e presidido pelo Brasil, entre outros assuntos, está a deliberação da criação do mecanismo de resposta das Forças Armadas ao nível da comunidade para as situações de catástrofe.
"Significa que está a ser criada uma capacidade de resposta ao nível da comunidade para que, em jeito de solidariedade e sempre que se mostrar necessário, haja essa conjugação de esforços para ajudar", referiu a ministra cabo-verdiana, que em 2022 assumirá a presidência rotativa do grupo ministerial de Defesa da CPLP.
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Resposta "pontual" em situações como Cabo Delgado
Janine Lélkis explicou que o mecanismo que está agora a ser preparado "não é perspetivado como uma força permanente", mas sim "uma força de resposta em situações de catástrofe", até tendo em conta que estão previstos "procedimentos de solicitação e de resposta".
"Não há de existir como uma realidade permanente, mas sim pontual, para satisfazer necessidades", afirmou a ministra da Defesa de Cabo Verde, que hoje se estreou publicamente nessas funções, que assumiu em maio, depois de no anterior Governo ter sido ministra da Justiça e do Trabalho.
Janine Lélis explicou que o conflito armado que se vive em Cabo Delgado, norte de Moçambique, ou as dificuldades do último ano provocadas pela pandemia de Covid-19 ajudam a explicar a necessidade de implementar este mecanismo da resposta ao nível dos países da CPLP.
"Por causa disso é que se torna premente a criação destes instrumentos. A comunidade, para além de mostrar solidariedade, colocou sobre a mesa este mecanismo, exatamente porque situações desta natureza acontecem, para que a gente possa estar em condições de nos organizarmos para uma resposta", disse ainda a ministra, referindo-se ao conflito em Cabo Delgado.
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Estratégia de Defesa na agenda
"É preciso dizer que a conceção do mecanismo tem toda uma logística subjacente, desde a forma como o pedido é feito, em que termos é que deve ser feito, assim como os termos em que a resposta deve ser prestada, de uma forma organizada para que efetivamente essa ajuda, quando seja necessária, possa chegar", sublinhou Janine Lélis.
A aprovação de uma deliberação sobre a criação deste mecanismo, ao nível dos ministros da Defesa da CPLP, é um dos pontos relevantes da agenda da reunião desta terça-feira. "Estou em crer que a partir do momento em que se conseguir implementar esta resolução estaremos em condições, de uma forma organizada, ajudar", concluiu.
Entre outros assuntos, os ministros vão ainda deliberar sobre a Estratégia de Defesa da CPLP, "como é que ela deverá responder, em especial, para as operações de paz e de assistência humanitária das Nações Unidas", explicou a governante cabo-verdiana. Nomeadamente sobre a sua conceção: "Qual é a forma que nós podemos contribuir e por que vias".
Também será apreciada uma resolução das Nações Unidas sobre o papel das mulheres na promoção dos Direitos Humanos das crianças e das pessoas vítimas de violência nos conflitos armados, acrescentou.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
Cabo Verde: Campanha eleitoral em tempos de pandemia
Os partidos políticos em Cabo Verde encontram-se no terreno a fazer campanha para as legislativas de 18 de abril, numa altura em que a situação epidemiológica está a piorar. Conheça os candidatos e as suas propostas.
Foto: Angelo Semedo/DW
Arranque da campanha para as legislativas
Cabo Verde vive mais um período de campanha eleitoral, em menos de um ano. O país vai a votos a 18 de abril para eleger o próximo Governo e novos deputados à Assembleia Nacional. A "caça ao voto" para as sétimas eleições legislativas no arquipélago arrancou no dia 1 de abril.
Foto: Angelo Semedo/DW
Seis partidos na estrada
Disputam o próximo embate eleitoral seis partidos políticos. Uns têm como meta eleger deputados, outros pretendem chegar ao Palácio da Várzea. MPD, PAICV e UCID são os únicos que concorrem em todos os círculos eleitorais. PP e PTS concorrem em seis círculos e o PSD em quatro.
Foto: Angelo Semedo/DW
72 lugares na Assembleia Nacional em disputa
597 candidatos, dos seis partidos políticos, disputam os 72 lugares a deputados na Assembleia Nacional, em 13 círculos eleitorais - dez no país e três na diáspora. Dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE) indicam que 51,42% dos candidatos são homens e 48,58% são mulheres. Há 393.166 eleitores no país e na diáspora.
Foto: Angelo Semedo/DW
Em busca de um segundo mandato
Ulisses Correia e Silva quer continuar a governar o país. O candidato do Movimento para a Democracia (MpD) quer diversificar a economia e atingir o crescimento económico de 5% ao ano. Promete segurança "total", justiça célere, cuidados de saúde para todos e a privatização da Cabo Verde Airlines. Promete ainda um país empreendedor e com mais oportunidades de emprego para os jovens.
Foto: Anildio Costa
Única mulher na corrida ao cargo de PM
Janira Hopffer Almada, candidata e líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), tem como lema de campanha "Um Cabo Verde para Todos". Quer dar aos cabo-verdianos um país "mais inclusivo", justo e com oportunidades partilhadas por todos. Propõe ainda mais segurança e justiça, além de transparência na gestão dos recursos públicos.
Foto: Cristiano Barbosa
"Um rumo diferente" para o país
No Parlamento ou no Governo, o candidato da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, quer dar um novo rumo ao país. A regionalização, a justiça, a economia, os transportes, a saúde e a educação serão as prioridades do partido para a próxima legislatura. O partido quer mais equilíbrio na Assembleia.
Foto: Angelo Semedo/DW
Eleger o primeiro deputado
É a segunda vez que o Partido Popular (PP) concorre às eleições legislativas. No dia 18 de abril, o PP quer eleger um deputado para continuar a lutar por "mais justiça social e melhoria da qualidade da democracia", diz o candidato Amândio Vicente. O partido propõe combater a corrupção e garantir acesso à habitação a todos os cabo-verdianos.
Foto: Angelo Semedo/DW
Maior representatividade do povo
Cláudio Sousa, cabeça de lista e líder interino do Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS), quer ter cinco deputados no Parlamento para que haja maior representatividade do povo na casa parlamentar. O PTS defende políticas de habitação condigna para os jovens e educação de qualidade.
Foto: Angelo Semedo/DW
"Renovação política" em Cabo Verde
O candidato e presidente do Partido Social Democrático (PSD) em Santiago Sul, João Além, pede voto de confiança em nome da "renovação política" em Cabo Verde. Uma reforma administrativa a nível nacional e mais investimento nos pequenos empreendedores são algumas das suas propostas.
Foto: Angelo Semedo/DW
E desta vez quem ficará para trás?
Em 2016, Janira Hopffer Almada, do PAICV, perdeu a corrida às eleições legislativas para Ulisses Correia e Silva, do MpD, que venceu com maioria absoluta. O MpD elegeu 40 deputados contra 29 do PAICV e três da UCID. Neste novo embate eleitoral, os dois candidatos pedem a maioria absoluta.
Foto: Angelo Semedo/DW
Uma campanha atípica
A campanha para as legislativas de 18 de abril acontece numa altura em que o número de casos de infeção por Covid-19 está a aumentar em Cabo Verde. Muitos cidadãos temem que a campanha possa piorar a situação.