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CPLP quer preparar Educação para situações de emergência

31 de março de 2022

Países africanos de língua portuguesa traçam estratégia para setor da educação, amplamente afetado nos últimos dois anos de crise pandémica, provocada pela Covid-19. E contam com parceiros internacionais.

Ruanda | Unterricht zu Hause in Kigali
Foto: Mussa Uwitonze /UIG/imago images

A pandemia da Covid-19 teve um impacto nefasto também ao nível do ensino nos países de língua portuguesa, o que levou, por exemplo, ao encerramento de escolas com efeitos negativos na vida dos alunos.  

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sob a presidência de Angola, quer contar com o contributo dos parceiros internacionais para a execução de planos de "recuperação das aprendizagens perdidas" nos últimos dois anos de crise pandémica.

Esta quinta-feira, em Lisboa, no âmbito da II Reunião Extraordinária dos Ministros da Educação da Comunidade da CPLP, Luísa Maria Alves Grilo, ministra angolana da Educação, explicou em que nível, nos últimos dois anos, a "a aprendizagem ficou penalizada".

Luísa Maria Alves Grilo, ministra da angolana Educação Foto: João Carlos/DW

"Já que temos um défice grande, tivemos que fazer a reorganização das escolas. Os tempos letivos tiveram que ser reduzidos, as turmas tiveram que ser divididas", enumerou.

A situação obrigou a lançar um plano de contingência, segundo a governante angolana, sobretudo para os países sem acesso alargado à Internet.

"Vamos aqui propor também um desses planos para precavermos já situações futuras no domínio da perda de oportunidades de aprendizagem para as crianças mais vulneráveis", disse.

Luísa Grilo falava aos jornalistas, em Lisboa, para dar conta dos trabalhos de uma mesa redonda que discutiu os desafios de reorganização curricular com vista a garantir a aprendizagem dos alunos dos países membros afetados pela pandemia da Covid-19.

"Sabemos que tem sido um desafio grande a educação neste período da pandemia. Hoje, felizmente vai reduzindo, mas ainda continua presente e quem sabe prevenirmos medidas que possam [ser acauteladas] para o bem dos nossos países e das nossas comunidades", disse.

Angola preside, atualmente, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)Foto: João Carlos/DW

Entre os parceiros, a CPLP conta com a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – para o fomento da cooperação multilateral. O foco é a organização curricular para a mobilidade de estudantes e capacitação dos professores, face aos desafios de cada um dos Estados-membros. 

Na II reunião extraordinária dos Ministros da Educação, realizada na sede da organização lusófona, foi também apreciado o Plano Estratégico de Cooperação Multilateral para o período 2022-2026, constituído por dez eixos. Um deles, relacionado com a "educação em contexto de emergência".

"É o que, afinal, nós temos estado a viver. E não apenas a emergência da pandemia, mas também outras emergências como calamidades naturais, como problemas relacionados com as guerras que infelizmente assolam ainda o mundo inteiro, não apenas os nossos países", notou.

Outro eixo incluído no plano, explicou a governante angolana, é a educação inclusiva (para todos), como motor de desenvolvimento das sociedades. Além disso, serão criadas Escolas Amigas da CPLP.

A ministra angolana informou ainda que a reunião aprovou o Plano de Ação para o biénio 2022-2024, intercalado por um momento de balanço em 2023. Estes instrumentos de cooperação serão submetidos à 27ª Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, que deverá ter lugar no primeiro semestre deste ano na capital angolana, Luanda.

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