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Crescente influência russa em África faz soar alarme na NATO

Lusa
19 de novembro de 2022

Ministra da Defesa de Espanha diz que Moscovo "está a encontrar um campo de expansão perfeito" em África e alerta: "Qualquer vazio deixado pela Europa ou pela NATO está a ser perfeitamente aproveitado pela Rússia".

Foto: Nicolas Remene/Le Pictorium/imago images

A ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, voltou a alertar os aliados da NATO de que a Rússia está a expandir-se no continente africano, algo que a guerra na Ucrânia não pode fazer esquecer.

"A Rússia está a invadir a Ucrânia, mas está a expandir-se em África e temos de estar todos conscientes disso", afirmou este sábado (19.11) a ministra, em Madrid, numa intervenção na 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Margarida Robles afirmou que a Rússia "está a encontrar um campo de expansão perfeito" em África, com as suas próprias Forças Armadas e através da empresa Wagner (considerado um grupo privado paramilitar).

Mercenários da empresa russa Wagner no Mali Foto: French Army/AP/picture alliance

"Vazio deixado pela Europa"

"Qualquer vazio deixado pela Europa ou pela NATO em África está a ser perfeitamente aproveitado pela Rússia", insistiu.

Margarita Robles, em linha com aquilo para que as autoridades espanholas têm alertado, chamou a atenção, em especial, para a região do Sahel, com a instalação de grupos terroristas e de tráfego de seres humanos.

Espanha, como outros países do sul da Europa, incluindo Portugal, têm chamado a atenção para estes desafios e ameaças do "flanco sul" (Médio Oriente e Norte de África), relacionadas com fluxos de imigração ilegal e movimentos terroristas, reclamando que a NATO não os ignore apesar do protagonismo assumido pelo leste europeu, com a guerra na Ucrânia.

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Ameaça russa

Na cimeira da NATO que decorreu também em Madrid, em junho, a Aliança Atlântica definiu um novo conceito estratégico, o documento que define as ações e opões da organização a dez anos, em que ficou reconhecida a necessidade de uma abordagem "a 360 graus". O documento definiu a Rússia como a maior e mais direta ameaça aos países da organização.

A sessão deste ano da Assembleia Parlamentar da NATO, em Madrid, termina na segunda-feira e, segundo o programa oficial, vai reafirmar a solidariedade com a Ucrânia e salientar o compromisso com a defesa de todos os 30 países da organização.

Uma das intervenções previstas no plenário da 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, na segunda-feira, é do Presidente da Ucrânia, por videoconferência.

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