Desde que o Qatar decidiu retirar as suas tropas da fronteira em disputa entre a Eritreia e o Djibuti, aumentou a tensão entre os dois vizinhos no Corno de África. Conflito pode agudizar-se, segundo observadores.
Publicidade
A decisão de retirada das tropas do Qatar tem indiretamente a ver com o conflito diplomático que eclodiu entre o emirado, de maioria xiita, e os seus vizinhos sunitas, a Arábia Saudita e outros Emirados Árabes, e também alguns países africanos de maioria sunita, incluindo a Eritreia.
O Qatar reagiu imediatamente retirando os seus cerca de 450 soldados estacionados na fronteira entre a Eritreia e o Djibuti, alegando que perdera as condições de servir de mediador no conflito.
O Qatar é acusado pelos seus vizinhos árabes, mas também por países africanos como a Eritreia, de apoiar financeiramente terroristas ligados a grupos com o Al-Qaeda. Um argumento pouco consistente que serviu de pretexto para o corte de relações diplomáticas, afirma Annette Weber, perita em questões africanas da fundação alemã Ciência e Política, com sede em Berlim.
21.06. Corno de África Qatar - MP3-Stereo
"O corte de relações entre o Qatar e os países vizinhos nada tem a ver com o financiamento do terrorismo. Toda a gente sabe que as atividades terroristas no corno de África e noutras regiões são financiadas por diferentes países e através de diferentes organizações, que não estão necessariamente sediadas no Qatar, mas também noutros países", explica.
Segundo Annette Weber, "é certo que parte do financiamento para a Al-Qaeda e para o Estado Islâmico provêm do Qatar, mas também é certo que países como a Arábia Saudita e outros países do Golfo financiam redes terroristas".
"Pretextos" para corte de relações
De acordo com relatos da ONU, as milícias Al-Shabab, na Somália, são apoiadas pela Eritreia, que, por sua vez, acusa o Quatar de apoiar o terrorismo.
Também o analista etíope Yusuf Yassien acredita que as acusações de que o Quatar estaria a apoiar o terrorimo não passam de um pretexto. Os países vizinhos do Quatar simplesmente não viam com bons olhos a crescente influência do pequeno, mas rico Quatar na região, afirma.
"O Quatar estava a desenvolver boas relações, tanto com a Eritreia como com o Djibuti, e isso não agradava aos vizinhos", refere o especialista. "Agora tudo voltou à estaca zero. Voltámos ao ponto em que estávamos há dez anos. A crise no Golfo Pérsico atingiu, de facto o continente africano".
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.