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Crise pós-eleitoral: Mondlane decreta luto de três dias

Conceição Matende
19 de novembro de 2024

Candidato presidencial Venâncio Mondlane pede três dias de luto em memória aos mortos durante os protestos contra a "fraude" eleitoral e anunciou um buzinão. Mondlane quer recontagem dos votos em vez de novas eleições.

Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo partido PODEMOS
Foto: Alfredo Zungia/AFP

O candidato presidencialVenâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), anunciou hoje uma quarta fase de protestos em contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro.

Durante a sua última aparição nas redes sociais, Mondlane decretou três dias de luto nacional pelas 50 vidas perdidas durante as manifestações dos últimos dias contra a anunciada vitória do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e do seu candidato presidencial, Daniel Chapo. Anunciou ainda, para amanhã (20.11), um buzinão às 12h00 (hora de Maputo).

"Ainda na homenagem aos mártires das revoluçõesdas panelas, às 12h00, todos que temos viaturas, vamos parar elas onde estiverem, até às 12h15. É claro que isso criará engarrafamento, mas é a nossa homenagem àqueles que perderam a vida."

Mondlane quer recontagem em vez de anulação

Durante o direto nas redes sociais, Venâncio Mondlane insistiu que as lideranças em Moçambique não têm simpatia para com o povo, criticando as lideranças "partidárias, fundamentalistas" que defendem criminosos para "acobertar o próprio partido" e se manter no poder.

RENAMO exige novas eleições e "criação de Governo de gestão"

04:52

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Segundo Mondlane, a solução para o atual impasse pós-eleitoral não é decretar o emergênciaem Moçambique e muito menos anular as eleições gerais. Para ele, a verdade eleitoral tem de ser reposta.

"Os votos não são para se negociar, os votos são para serem contados. Já estamos a ver ensaios para anular aseleições, até vi o presidente de um partido a defender que se anule aseleições, porque você sabe que perdeu as eleições, você sabe que não trabalhou para isso", disse Mondlane, referindo-se ao líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, que pediu ontem a anulação do escrutínio de outubro.

Momade exigiu a "anulação imediata" das eleições gerais e a criação de um "governo provisório" até à realização da nova votação.

Venâncio Mondlane rejeita essa opção: "Nós demos suor e sangue para essas eleições e defendemos o sentimento do povo. É por isso que tenho a certeza que estamos prontos para dirigir este país em favor das pessoas que mais necessitam", afirmou.

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